Ministro da Educação não tem condições para continuar em funções - PS
Porto Canal
O PS considerou hoje que o ministro da Educação, Nuno Crato, não tem condições para continuar em funções, acusando este membro do Governo de agravar em cada dia que passa as condições de funcionamento da escola pública.
Esta posição foi transmitida pela vice-presidente da bancada socialista Odete João, a meio da reunião do Grupo Parlamentar do PS, depois de questionada se o PS subscreve o pedido de demissão de Nuno Crato feito pelo Bloco de Esquerda, na quarta-feira, no parlamento.
"Neste momento, o ministro não tem condições para continuar. Em 2009 houve resultados excelentes na educação, em 2012 garantiram-se esses resultados, provando que o rumo que estava a ser seguido era o correto", declarou Odete João numa alusão aos mais recentes dados do relatório PISA.
De acordo com a vice-presidente da bancada socialista, Nuno Crato "tem dado cabo de todo o sistema de ensino" público em Portugal.
"Desmantela a escola pública, aumenta o número de alunos por turma, reduz os apoios às escolas, retira autonomia às escolas", numa lógica de escola pública destinada "a pobres", acusou a vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Odete João disse mesmo que "o ministro Nuno Crato já deu provas de estar a conduzir [o país] para o rumo errado em matéria de educação, destruindo uma escola inclusiva que os governos PS estavam a construir e um conjunto de programas que garantiam melhores resultados".
"O PISA é disso prova - um programa internacional, que avalia de forma idónea as condições [de aprendizagem] na leitura, na matemática e na ciência", declarou a dirigente do Grupo Parlamentar do PS", apontou.
Interrogada sobre a necessidade de se alterar o Estatuto da Carreira Docente para possibilitar que professores contratados com cinco anos de serviço fiquem isentos da prova de avaliação de conhecimentos e capacidade, que está marcada para o próximo dia 18, a vice-presidente da bancada socialista preferiu destacar um alegado "recuo" de Nuno Crato.
"O PS está contra a forma e o modo como o Governo regulamentou as provas de avaliação. Ao abrir-se a possibilidade de apenas os professores com menos de cinco anos fazerem essa prova, significa um recuo claro, porque se estava numa situação insustentável. Entendemos que o consenso possível estabelecido com os sindicatos em anos anteriores, durante os governos do PS, deveriam ter sido mantidos", sustentou.