Viana organiza "grande jornada de luta" pelos estaleiros e construção naval

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Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 03 dez (Lusa) - A Câmara de Viana do Castelo anunciou a realização de uma "grande jornada de luta" no próximo sábado, naquela cidade, em defesa da construção naval nacional e dos estaleiros da cidade, envolvendo música, poesia e intervenções políticas.

"Vamos fazer de Viana do Castelo o centro do país na defesa de uma empresa que representa a nossa identidade. Vamos lançar um grito nacional, a partir da Praça da República, para que o processo de subconcessão dos estaleiros navais seja suspenso e não se perca o conhecimento que existe", explicou o presidente da Câmara, José Maria Costa.

A iniciativa, denominada "A construção naval não pode morrer", organizada pela Câmara de Viana do Castelo, foi apresentada hoje em conferência de imprensa, estando agendada para as 16:00 de sábado, 07 de dezembro.

Envolverá, explicou, manifestações culturais, intervenções "políticas e sentimentais", além de poesia e música, estando aberta a "todas as pessoas de bem". Servirá, disse ainda o autarca, para demonstrar a "relação histórica, cultural e económica" que o país e a região sempre mantiveram com o mar.

Em causa está o anunciado encerramento dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e o despedimento dos atuais 609 trabalhadores, decidido pelo ministério da Defesa, que lançou em paralelo um concurso para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas da empresa, entretanto entregue ao grupo Martifer.

"Montar um estaleiro é uma coisa que demora muitos anos. Este centro de competências [ENVC] não se pode perder", sublinhou o autarca socialista.

Por isso mesmo, José Maria Costa lançou hoje um "apelo nacional" desafiando "todos os que queiram defender os ENVC e a construção naval em Portugal" a juntarem-se à iniciativa de sábado.

"Estamos todos unidos nesta causa nacional. O país não pode permitir que esta empresa sucumba e esperamos em Viana do Castelo por todos os que acreditam que vale a pena lutar por uma empresa estratégica e por este setor", afirmou.

Na apresentação desta iniciativa marcaram presença os elementos da comissão de trabalhadores dos ENVC, que voltaram a classificar o encerramento do maior construtor naval português como um "crime social" e um "erro estratégico" cometido pelo ministro da Defesa.

"Com o empenho de todos a nossa empresa continuará a ser os ENVC por muitos anos. O senhor ministro que pegue no dinheiro das indemnizações e invista na modernização dos estaleiros", afirmou António Costa, porta-voz da comissão de trabalhadores.

Ao longo de 69 anos de atividade, os ENVC já construíram mais de 220 navios, devendo dar lugar em janeiro ao novo subconcessionário.

"Esta tem de ser uma causa de todos os portugueses", apelou o porta-voz dos trabalhadores.

No âmbito da subconcessão, a nova empresa West Sea deverá recrutar 400 dos atuais 609 trabalhadores, que estão a ser convidados a aderir a um plano de rescisões amigáveis que vai custar 30,1 milhões de euros, suportado com recursos públicos.

Esta foi a solução definida pelo Governo português para evitar a devolução de 181 milhões de euros de ajudas públicas não declaradas à Comissão Europeia, no âmbito de uma investigação lançada por Bruxelas.

PYJ // MSP

Lusa/fim

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