"Hoje é mais simples convencer investidores a criarem riqueza em Portugal" -- Paulo Portas
Porto Canal / Agências
Doha, Qatar, 02 dez (Lusa) - O vice-primeiro-ministro afirmou que hoje "é mais simples" convencer os investidores a criarem riqueza em Portugal, num momento em que já se avista o fim do programa de ajustamento e que a economia dá sinais de vida e de força.
Paulo Portas, que está no Qatar numa missão empresarial, não quis reagir à operação de troca e recompra de Obrigações do Tesouro (OT) que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) anunciou para terça-feira, mas acabou por dizer que "é preciso explicar bem por que é que esta é uma boa altura para olhar para Portugal".
"Agora sim, com os esforços que os portugueses fizeram e que nos dignificam como povo é mais simples convencer os investidores a criarem riqueza em Portugal. Essa mensagem tem que ser passada muito depressa e muito intensamente, porque a base do crescimento chama-se investimento", sublinhou.
Segundo um comunicado da agência que gere a dívida pública, o objetivo é a troca de OT com maturidade em 2014 e 2015 por títulos no mesmo valor mas com maturidade mais longa (2017 e 2018) e que rendem também taxas superiores, dando ao Estado mais tempo para pagar.
Em outubro do ano passado, Portugal conseguiu trocar 3,76 mil milhões de euros de dívida que expirava em setembro de 2013 por dívida que vence em outubro de 2015, reduzindo assim o valor da primeira Obrigação do Tesouro sem financiamento integral da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou hoje que a operação de troca e recompra de Obrigações do Tesouro (OT) não visa "pedir mais dinheiro emprestado", mas propor aos investidores uma exposição à dívida portuguesa por um período mais longo.
Ressalvando que quando está fora em representação do país tem o princípio de não comentar matérias internas, Paulo Portas não resistiu a fazer o discurso que faz "em todo o lado" e que, disse, também justifica a sua missão ao Qatar e aos Emirados Árabes Unidos.
"Quando Portugal estava em recessão e no período mais duro do protetorado era difícil convencer os investidores. A partir do momento em que estamos muito perto do fim do programa - faltam pouco mais de seis meses - e a economia portuguesa está a dar sinais de vida e de força, isso é muito atrativo para os investidores", frisou.
Paulo Portas destacou que a modernização da economia passa também pelo aumento das exportações e captação de investimento.
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