Testemunhas afirmam que muro que matou três alunos da UMinho "parecia estável"

Testemunhas afirmam que muro que matou três alunos da UMinho "parecia estável"
| Norte
Porto Canal com Lusa

Os alunos da Universidade do Minho que assistiram à queda de um muro que em 2014 matou três colegas afirmaram hoje, no Tribunal de Braga, que a estrutura "parecia estável" e "não aparentava qualquer tipo de risco".

O processo tem como arguidos quatro alunos daquela universidade, acusados de homicídio por negligência, por terem ido para cima do muro festejar a vitória numa "guerra de cursos".

O muro caiu e matou três estudantes que estavam em baixo. Segundo o despacho instrutório, a pressão exercida pelos quatro alunos foi a "causa direta" do colapso do muro.

Hoje, durante o julgamento, outros estudantes que participaram naquela "guerra de cursos" testemunharam que o muro "parecia estável e normal" e que nunca lhes "passou pela cabeça" que pudesse cair.

Um deles disse mesmo que já chegou a estar sentado encostado ao muro.

As testemunhas disseram ainda que aquele era "um sítio normal de praxe" e que chegaram a ver muitas vezes outras pessoas em cima do muro.

Garantiram que, no local, não havia qualquer sinalização a alertar para eventuais perigos de queda do muro.

O muro era uma estrutura que durante anos servira para acolher as caixas de correio de um prédio ali existente.

Inicialmente, o Ministério Público tinha também acusado um fiscal e um engenheiro da Câmara de Braga e o responsável de uma empresa de condomínios, mas a juíza de instrução decidiu não os levar a julgamento.

Na altura, a juíza admitiu que, de alguma forma, os três beneficiaram do desaparecimento, na Câmara de Braga, do processo físico relativo àquele local.

Ficou, assim, por saber qual foi o teor completo da troca de correspondência entre a Câmara e o administrador do condomínio sobre a alegada falta de segurança do muro e que diligências foram feitas de parte a parte.

Para o advogado das famílias das vítimas, João Noronha de Carvalho, aquele processo seria "esclarecedor" em relação ao que se passou.

"Vamos acionar civilmente a câmara e o condomínio", acrescentou.

O caso remonta a 23 de abril de 2014, em Braga, quando, num contexto de "guerra de cursos", quatro alunos treparam a uma estrutura composta por alvenaria de tijolo e betão, com cerca de um metro e meio de altura e quatro metros de comprimento.

Segundo a acusação, aqueles quatro alunos permaneceram em cima do muro a "cantar e a saltar".

As testemunhas hoje ouvidas não confirmaram os saltos, dizendo apenas que viram os colegas a cantar e a bater palmas.

Estes testemunhos vão de encontro aos depoimentos dos arguidos, que alegaram ainda que o muro ruiu "em poucos segundos".

+ notícias: Norte

Há 400 presépios para ver em Barcelos

Em Barcelos desde o início deste mês que estão em exposição em vários espaços mais de 400 presépios de artesãos do concelho. Uma óptima oportunidade para conhecer mais e melhor do artesanato barcelense.

Pena de 25 anos de prisão para seis envolvidos na morte de empresário de Braga

O Tribunal de São João Novo, no Porto, aplicou esta quarta-feira 25 anos de prisão, a pena máxima, a seis envolvidos em 2016 no sequestro e homicídio de um empresário de Braga, cujo corpo acabou dissolvido em ácido sulfúrico.

População de Lamego insatisfeita com o encerramento de dois jardins de infância

No próximo ano letivo vão encerrar dois jardins de infância no concelho de Lamego. A autarquia justifica a decisão pelo número reduzido de alunos mas a população das freguesias afectadas não aceita a decisão e promete lutar contra o encerramento.