Antigo reitor admite que muçulmanos "sentirão o apelo" de Fátima

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Porto Canal com Lusa

Fátima, Santarém, 24 abr (Lusa) -- O antigo reitor do Santuário de Fátima Luciano Guerra prevê que o templo vai continuar a ser um espaço de multidões regulares e persistentes e considerou que os muçulmanos "sentirão de um modo especial o apelo" deste lugar.

"Eu penso que sim e, se calhar, com gente que até vem de outra religião e que se sente aqui bem. (...) . Penso que os muçulmanos sentirão de modo especial o apelo deste lugar", afirmou à agência Lusa Luciano Guerra, após ser questionado se Fátima manterá no futuro a vocação das multidões.

Segundo o antigo responsável do santuário, que durante 35 anos dirigiu o maior templo mariano do país, "eles vão peregrinar aqui" por causa do nome de Fátima, o nome da filha de Maomé, mas também por outras razões.

"Maria, Nossa Senhora como mãe de Jesus, mãe daquele grande profeta que para eles é um grande profeta, Maria tem um lugar muito importante na Sagrada Escritura e para eles é importante. Portanto, há aqui este elo de ligação que é muito forte", declarou.

Luciano Guerra salientou, ainda, a importância de Fátima para a Igreja Católica e as visitas papais.

"Para o nosso século passado - e eu creio que ainda para o futuro, pelo menos o futuro próximo - este é, realmente, um grande lugar da Igreja e, sendo um lugar da Igreja, é importante que os papas, de quando em quando, manifestem isso mesmo, até como ação de graças para a Igreja", afirmou Luciano Guerra.

O antigo reitor considerou igualmente que Fátima "não se vai esgotar" com o primeiro centenário das "aparições".

"É que há aqui uma convicção de base, que é uma convicção de fé", destacou, referindo que houve uma "força que sempre se manifestou aqui, através de um fenómeno que é único no mundo".

Para Luciano Guerra, "este fenómeno das multidões de Fátima é único no mundo pela persistência, pela regularidade, pela repetição e pela qualidade espiritual", além de que "há aqui um motor divino e, por isso, é a esse motor que compete saber quanto tempo acha que vai ser bom continuar a trabalhar aqui".

"É evidente que um acontecimento destes não é como a Igreja Católica que tem uma garantia, digamos divina, de persistir até ao fim do mundo. Este acontecimento é marcado por um certo tempo, um certo espaço", acrescentou, admitindo que um século volvido se mantêm questões como "Porque é que foi aqui, porque é que não noutro sítio? Porque é que Nossa Senhora quis aparecer num lugar que não tem um nome de santo e tem o nome da filha de Maomé que, aparentemente, foi um grande adversário do cristianismo?".

Luciano Guerra respondeu que "só Deus é que pode saber", mas tinha São Mamede ou Santa Catarina da Serra, localidades próximas de Fátima.

E insistiu: "Porque é que quis aparecer em 'casa' de uma muçulmana?", para acrescentar: "Eu penso numa visão de fé que talvez Nossa Senhora queira agora iniciar um diálogo precisamente com os muçulmanos que, numa grande, grande segunda leva estão a vir para a Europa porque têm gente e a Europa já não é capaz de ter filhos", acrescentou.

Sobre a atualidade da mensagem de Fátima, Luciano Guerra respondeu que "Fátima está realmente sempre apta enquanto Deus quiser a realizar, com uma força especial, essa missão de salvação e de paz".

"A paz foi muito falada aqui e de paz nós precisamos bem, porque as nuvens que se acumulam no horizonte mundial não são nuvens de grande alegria", acrescentou.

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