Portugal "compreende" ação militar dos EUA mas defende solução política na Síria

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 07 abr (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que Portugal "compreende" a ação militar dos Estados Unidos na Síria, que bombardearam uma fábrica de armas químias, mas reforçou que "não há soluções militares para conflitos militares".

"Segundo informação que os Estados Unidos prestaram durante o dia aos seus aliados, incluindo Portugal, os EUA julgam ter informações suficientes e para além de qualquer dúvida que o ataque de terça-feira foi feito pela força aérea síria e desencadeado a partir da base aérea que os EUA decidiram atacar durante a noite", contextualizou o ministro.

"Sendo assim, Portugal, como aliás a Europa, compreende a ação americana", referiu o chefe da diplomacia portuguesa, mas sublinhando "dois pontos importantes" que são a legitimidade do Conselho de Segurança da ONU e a necessidade de encontrar uma solução política para o conflito.

"O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem de continuar e concluir a discussão em curso para tomar uma decisão sobre este assunto, porque é o CS da ONU que representa a comunidade internacional e o direito internacional de punir e retaliar o uso de armas químicas", disse Santos Silva.

Em segundo lugar, concluiu, deve-se "continuar o processo de negociação militar e política para encontrar uma solução política para o conflito sírio; não há soluções militares para conflitos militares, só há soluções políticas e é preciso encontrarmos todos uma solução que represente a integridade territorial da Síria, para que a Síria possa readquirir a sua natureza de um Estado soberano multiétnico, multiconfessional e secular e onde diferentes povos possam coexistir pacificamente".

Os Estados Unidos lançaram na madrugada hoje um ataque com 59 mísseis de cruzeiro contra a base aérea de Shayrat, de onde terão partido os aviões envolvidos no ataque com armas químicas que na terça-feira matou pelo menos 86 pessoas em Khan Sheikhun, no noroeste do país.

O bombardeamento de terça-feira foi assumido pelas autoridades sírias que, no entanto, negaram categoricamente ter usado armas químicas.

Na versão do regime de Bashar al-Assad, o ataque atingiu um depósito de armas químicas da Frente Al-Nosra, contrabandeadas para a província de Idleb a partir da fronteira com o Iraque e a Turquia, e que foram escondidas em zonas residenciais da zona.

Em resposta ao ataque, a Rússia já anunciou o reforço das defesas antiaéreas da base e pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

MBA(SMA/JF/MDR) //ANP

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