PSD exige esclarecimentos "cabais" do Governo sobre encargos para os contribuintes
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 30 mar (Lusa) - O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, exigiu hoje que os esclarecimentos que o Governo vai dar na sexta-feira sobre a venda do Novo Banco sejam "cabais" sobre as responsabilidades públicas, diretas ou indiretas, associadas à operação.
"Que se possa saber com clareza, objetividade e transparência se os contribuintes vão ser chamados, direta ou indiretamente, a poder suportar algum custo associado a esta operação", afirmou Luís Montenegro em declarações aos jornalistas no parlamento, considerando que tal "é relevante para a análise política" que os partidos farão da solução apresentada.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, dará, na sexta-feira "todas as explicações relativas ao processo de venda do Novo Banco", anunciou a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros de hoje.
Para o líder parlamentar do PSD, "é importante que esse esclarecimento seja cabal" e que se possa perceber, "quer no parlamento quer no país, todas as consequências para os contribuintes, para os encargos do Estado".
Salientando que ao longo do processo "o Governo foi dizendo que não haveria responsabilidades da área pública", Luís Montenegro disse esperar que "não haja qualquer habilidade, subterfúgio ou erro de perceção" nas explicações de Mário Centeno.
Sobre a posição do PSD, o líder parlamentar social-democrata recordou que o partido sempre foi favorável a uma venda do Novo Banco e reiterou uma posição já expressa em nota do grupo parlamentar após uma reunião com o Governo, há dois dias.
"Do ponto de vista político, o apoio às decisões do Governo deve em primeira mão ser assacado a quem suporta o Governo no parlamento: PS, PCP e BE", defendeu.
O processo de venda do Novo Banco está na fase final e a assinatura será feita esta semana, confirmou na quarta-feira o ministro das Finanças, Mário Centeno, em Londres.
"O processo de venda do Novo Banco está nas fases finais e a assinatura será feita esta semana", revelou, durante uma palestra intitulada "As Perspetivas para Portugal e para a Europa" realizada no auditório da agência de notícias Bloomberg, em Londres.
O Novo Banco é o banco de transição que ficou com os ativos menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), alvo de uma intervenção das autoridades em 03 de agosto de 2014, e que está em processo de venda.
Desde fevereiro que o Governo está a negociar a venda do Novo Banco em exclusivo com o fundo norte-americano Lone Star.
O fundo norte-americano passou para a frente nas negociações depois de, no final de 2016, ter sido noticiado que, entre os concorrentes, o fundo chinês Minsheng tinha a melhor proposta financeira, mas não apresentou provas de que conseguiria pagar o montante oferecido, devido às restrições de movimentação de divisas na China.
Por acordo com a Comissão Europeia, o Novo Banco tem de ser vendido até ao verão deste ano.
O Lone Star Funds foi fundado em 1995 e investe nos setores financeiro e no imobiliário. Em Portugal, tem um investimento em Vilamoura.
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