CGTP manifesta-se contra caducidade do contrato coletivo dos SAMS
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 23 mar (Lusa) -- O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, manifestou-se hoje contra a caducidade do contrato coletivo dos trabalhadores do subsistema de saúde dos bancários (SAMS), pedida pela entidade patronal, o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI).
"De um lado, temos os trabalhadores [a ´plataforma' sindical, ligada à CGTP] a solicitar reuniões e temos, do outro lado, uma entidade patronal [o sindicato da UGT] a recusar reuniões e a dizer que não há diálogo", criticou o líder sindical numa concentração realizada junto do Ministério do Trabalho em Lisboa.
Arménio Carlos criticou a posição assumida pelo SBSI, enquanto entidade patronal, que vai contra o que os sindicatos têm defendido, a contratação coletiva.
E aponta: "Há é vontade de liquidar e destruir um contrato coletivo de trabalho" pelo que a posição da entidade patronal "é caricata", pois trata-se de um sindicato que "diz valorizar a importância da negociação e da valorização da contratação coletiva".
O líder da CGTP falava em frente do Ministério do Trabalho a uma centena de trabalhadores dos SAMS que hoje se manifestaram entre a sede do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, na Baixa de Lisboa, rumando ao Ministério do Trabalho, na Praça de Londres.
Em dia de greve, os manifestantes disseram "não aceitar" a atual situação, lembrando que vão "continuar incessantemente" a lutar pela defesa do seu contrato coletivo de trabalho.
Arménio Carlos referiu ainda que a posição assumida pela entidade patronal dos SAMS, o SBSI, "tem a ver com uma gestão que é pouco lógica e que aposta cada vez mais na precaridade e na contratação a recibos verdes, numa perspetiva de baixOs salários e numa tentativa de fragilizar os vínculos de trabalho".
Os trabalhadores estiveram a exigir também que seja assumida "uma gestão responsável dos SAMS, a qual promova "a melhoria da qualidade dos serviços a prestar aos seus beneficiários" e transmitir que "os direitos dos trabalhadores são para respeitar", disse o líder sindical.
Em declarações à Lusa, Rui Marroni, porta-voz da 'plataforma' dos trabalhadores explicou que em causa está também "a degradação das condições de trabalho".
E explicou: "Em causa está a falta de negociação com o sindicato dos bancários. Os trabalhadores apresentaram em 2011 uma proposta de denúncia das convenções coletivas, que decorreram regularmente até 2013, mas, depois disso deixaram de marcar reuniões e pararam o processo negocial".
Ainda, segundo Rui Marroni, em novembro os trabalhadores tiveram a informação de que tinha sido requerida a caducidade das convenções coletivas de trabalho, levando-os a avançarem para as greves.
"Esta situação indignou os trabalhadores porque não faz qualquer sentido uma estrutura que é um sindicato [SBSI] estar a acabar com a contratação coletiva na sua instituição", lamentou.
Os trabalhadores hoje abrangidos pela greve e que constituem a 'plataforma sindical' são aqueles que são afetos ao Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Sindicato dos Médicos da Zona Sul, Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde, Sindicato Nacional dos Profissionais Farmácia e Paramédicos e Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses.
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