Câmara de Penamacor acusa Quercus de incoerência por pedir fim da caça na Malcata

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Porto Canal com Lusa

Penamacor, Castelo Branco, 15 fev (Lusa) - O presidente da Câmara de Penamacor acusou hoje a Quercus de ser incoerente ao apresentar um novo pedido para a proibição da caça na Reserva Natural da Serra Malcata (RNSM).

"Reunimos com a estrutura distrital da Quercus, numa reunião longa e que terá esclarecido todos os aspetos relativos ao plano de exploração cinegética, àquilo que é previsto fazer e à interligação com os planos de reintrodução do lince ibérico. No final, o responsável da Quercus no distrito mostrou-se bastante agradado com o plano que nós tínhamos e por isso é que fico completamente estupefacto com esta nova tomada de posição", afirmou António Luís Beites.

O autarca falava no final da reunião de executivo realizada hoje e já depois de ter sido questionado pelos vereadores da oposição, que reiteraram a necessidade de se esclarecer esta associação ambientalista e os grupos parlamentares na Assembleia da República relativamente às razões que levam todo o executivo a concordar com a importância de reintroduzir a caça na RNSM.

No dia 08, quando se assinalou um ano após a entrada em vigor da portaria que revogou a proibição da caça naquele território, a Quercus pediu ao Governo que recue na decisão tomada em 2016 e que volte a proibir a caça na Malcata.

Em comunicado, a Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza afirmou que é "totalmente contra" a caça naquela área protegida do interior do país e considerou que a portaria é "um atentado à biodiversidade e à fauna", uma vez que aquele local era um refúgio para espécies ameaçadas.

A Quercus lembra que a Reserva Natural Serra da Malcata tem uma superfície de 16.348 hectares e o seu símbolo é o lince ibérico (Lynx pardinus), "o felino mais ameaçado do mundo, de comportamento esquivo, que apenas subsiste na Península Ibérica".

Lembrando que houve iniciativas políticas e de cidadãos que culminaram com a aprovação, pela Assembleia da República, de uma Resolução, em 29 de abril de 2016, "que recomendou ao Governo a proibição da caça na RNSM, a Quercus salientou que o Governo "não se pode esconder atrás do silêncio". Por isso, pediu novamente "que revogue a portaria que autoriza a caça na RNSM".

Um pedido que António Luís Beites classificou como "absurdo" e demonstrativo do que considera ser uma posição "incoerente" da estrutura nacional da Quercus, a qual também irá convidar para uma reunião que visa apresentar o plano de exploração cinegética para aquela área, cuja responsabilidade de execução cabe ao Município de Penamacor.

Entre os argumentos a apresentar aos ambientalistas, está o de que a caça terá vantagens para a preservação da biodiversidade, uma vez que o que está previsto é a realização de caça grossa, ou seja, de animais que põem em causa outras espécies, como por exemplo, o javali, que ameaça o coelho, animal fundamental para que os projetos de reintrodução do lince possam ter sucesso.

CYC // SSS

Lusa/fim

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