Mário Soares: Diretor da Cinemateca recorda "relação particular" com instituição
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 09 Jan (Lusa) -- O diretor da Cinemateca, José Manuel Costa, homenageou hoje Mário Soares, falecido no sábado, lembrando que o antigo Presidente da República foi uma pessoa que, "mesmo em funções oficiais, teve uma relação particular com esta casa".
"Esteve duas vezes na Cinemateca a apresentar filmes. Nas terças-feiras clássicas, em 1995, estávamos a convidar várias figuras portuguesas para apresentar filmes e ele escolheu o 'Casablanca' e fez uma memorável apresentação", estava ainda em funções de Presidente da República, disse hoje, durante uma conferencia de imprensa para apresentação do programa do evento "Roi Soleil".
José Manuel Costa recordou ainda outra participação de Mário Soares, em 2010, que, "num gesto memorável", voltou à Cinemateca, no ciclo dos Filmes dos Presidentes da República, onde apresentou um filme de Mário Barroso.
"Não era comum isso acontecer", sublinhou José Manuel Costa, que fez por isso questão de "lembrar esses gestos".
Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.
O corpo do antigo Presidente da República está em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos desde as 13:10 de hoje.
O funeral realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, para o Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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