BE destaca "postura convergente e consequente" com o PCP

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 21 dez (Lusa) - A coordenadora do BE sublinhou hoje a "postura convergente e consequente" de bloquistas e comunistas na reposição de rendimentos e direitos em Portugal, embora considere que "o caminho está muito aquém daquele que o país precisa".

Após uma reunião com dirigentes do PCP, na sede nacional bloquista, em Lisboa, Catarina Martins frisou que as políticas seguidas continuam muito limitadas por "constrangimentos do sistema financeiro, setores rentistas e monopolistas e das regras do euro".

"O BE e PCP são partidos diferentes, mas toda a gente reconhece no país que temos tido uma postura convergente e consequente em matérias como salários, pensões, direitos do trabalho, defesa dos serviços públicos e parar com as privatizações", afirmou, fazendo um "balanço positivo do que foi o contributo do BE e PCP para que hoje" se esteja "a discutir recomposição de rendimento e direitos no trabalho e não cortes, como nos últimos anos".

Para a coordenadora bloquista, há que assinalar "a convergência entre BE e PCP em temas relevantes, nomeadamente a necessidade de reconstruir vínculos laborais que respeitem trabalhadoras e trabalhadoras no nosso país e essa luta essencial para recuperar rendimentos e direitos, que foram destruídos durante os anos da 'troika' e de PSD/CDS".

"Tem sido um trabalho em conjunto e julgo que o continuaremos a fazer", disse.

Sobre o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) para 557 euros em janeiro e a contrapartida de baixa da Taxa Social Única (TSU) em um ponto percentual, a dirigente do BE sublinhou o entendimento alcançado com o PS, mas lamentou a opção dos socialistas em relação à TSU.

"O BE tem uma posição conhecida, achamos que já deveria estar em 600 euros. Fizemos, no entanto, um acordo com o PS [posição conjunta] para garantir mínimos de aumento. Foi graças a esse acordo e, por via dele, que o PS teve de pôr no programa de Governo e agora temos o aumento em janeiro para 557 euros, como já tivemos para 530 euros em 2016", congratulou-se.

Contudo, Catarina Martins vincou que "também é conhecida a divergência entre BE e o Governo - a baixa da TSU para os patrões".

"Essa baixa vai ser financiada pelo Orçamento do Estado. Achamos que não há nenhuma razoabilidade em os contribuintes estarem a financiar os patrões para aumentarem o SMN, que, diga-se, está abaixo de todos os mínimos na Europa", afirmou.

HPG // ZO

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