A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) anunciou hoje a criação de um fundo de solidariedade social para apoiar os bombeiros com dificuldades financeiras e decidiu aderir à greve geral de 27 de junho.

Estas foram duas das decisões que saíram do congresso da ANBP que termina hoje em Viana do Castelo.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da ANBP, Fernando Curto, afirmou que vai ser criado um fundo de solidariedade social para apoiar os bombeiros profissionais que estão com dificuldades financeiras devido aos cortes nos salários.

Fernando Curto adiantou que os problemas financeiros afetam algumas centenas de bombeiros municipais, sendo a situação mais grave no Algarve.

"Os problemas financeiros afetam os bombeiros profissionais um pouco por todo o país, mas no Algarve a situação é mais preocupante porque é nesta região que existem mais bombeiros municipais", disse.

Segundo Fernando Curto, a maioria destes bombeiros ganha entre 535 e 700 euros mensais e, face aos cortes do Governo, "viram reduzidos substancialmente os seus vencimentos, estando a passar por situações de grande dificuldade".

No congresso, os bombeiros profissionais decidiram também aderir à greve geral de 27 de junho para protestar contra "os cortes cegos" do Governo, que afetam esta classe.

Fernando Curto adiantou que o Governo está a cortar nos salários dos bombeiros profissionais, sem "salvaguardar uma classe profissional", que já recebe salários baixos.

O presidente da ANBP disse ainda que a associação vai realizar a 12 de junho, uma manifestação em Abrantes para manifestarem solidariedade aos bombeiros municipais desta cidade, tendo em conta que a autarquia já anunciou a intenção de acabar com a corporação.

Em Portugal existem cerca de nove mil bombeiros profissionais entre sapadores, municipais, "canarinhos" e funcionários dos bombeiros voluntários.