O Banco Português de Negócios (BPN) conta já com um saldo negativo acumulado de 3237,5 milhões de euros. A perda do Banif vai em 2591 milhões. Ao Estado, o custo destes dois bancos já chegou aos 5828 milhões de euros.

Todos os anos, na sequência da nacionalização do BPN, o Estado paga mais. Dos 5828 milhões de euros que estes bancos já custaram ao estado, 3182 milhões dizem respeito apenas a 2015.

Nas contas que implicam o Banif estão os 1766 milhões injectados directamente na instituição financeira, imediatamente antes da venda ao Santander, e os 825 milhões que o Estado tinha aplicado no capital do banco em 2013. O Governo espera reaver os 489 milhões que emprestou ao Fundo de Resolução.

O empréstimo estatal de 3900 milhões ao BES, em 2014, aguarda saber qual o valor de venda da instituição financeira (e se é mesmo alienado) e como será pago o empréstimo caso o montante fique abaixo dos 3900 milhões.

O estado conta também com a despesa de 450 milhões com o BPP em 2010, por efeitos da execução de uma garantia bancária. O atual executivo já veio afirmar que o valor será reembolsado e que com esse dinheiro será possível baixar o défice do ano que vem.

De acordo com o relatório do Tribunal de Contas (TdC) divulgado esta terça-feira, o saldo negativo obtido em 2015 pelo BPN é o maior desde 2012 (ano em que se registou a factura mais elevada, chegando aos 966 milhões), apesar de as despesas terem descido face a 2014. Os dados do TdC são os que contabilizam, numa óptica de contabilidade pública, quanto é que o país já perdeu efectivamente com esta instituição financeira. O TdC alerta ainda para as sociedades-veículo, criadas para gerir os activos do BPN considerados tóxicos, que apresentam “capitais próprios negativos” e que, segundo o relatório, serão encargos “a suportar eventualmente pelo Estado no futuro”.