Moedas diz que Portugal vai precisar de "um seguro" para regressar aos mercados
Porto Canal / Agências
Lisboa, 22 (Lusa) -- O secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, disse hoje que Portugal está apostado em cumprir o seu programa de ajustamento para depois poder contar com "um seguro" que garanta o regresso aos mercados.
"O que temos que fazer é concluir o nosso programa [de assistência] e depois, porque cumprimos, vamos ter o apoio dos nossos parceiros. Esse apoio pode ter várias formas, mas o apoio de que estamos a falar em Portugal é um apoio de acesso pleno ao mercado na forma de um seguro. É esse tipo de apoio a que se estaria a referir o senhor ministro da Economia [na segunda-feira]", António Pires de Lima, quando se referiu à preparação de um programa cautelar, disse Carlos Moedas, que antes tinha sido interrompido por um grupo de seis elementos do Movimento 'Que se Lixe a Troika', com cartazes e 'slogans', e que pedia a demissão do Governo.
"Quando falamos em formas de apoio, falamos em formas de ter um seguro e um seguro é muito diferente de um empréstimo. Um seguro é a garantia de que, se eu tiver necessidade de ajuda, vou ter capacidade de ter um apoio para esse acesso pleno aos mercados", acrescentou o governante à margem da I Conferência Antena 1/Económico, subordinada ao tema 'O Estado e a Economia - Um Orçamento Pós-Troika'.
"O que estamos a fazer é o cumprimento e esse cumprimento é a chave para o acesso pleno aos mercados. Agora, a forma desse acesso discute-se depois", disse ainda Carlos Moedas.
O que "tem sido dito por várias pessoas em Portugal, entre elas o governador do Banco de Portugal, é que há vários mecanismos de apoio a um acesso pleno ao mercado e que um desses mecanismos de apoio é um programa cautelar", acrescentou.
"O quer estamos a fazer é a olhar para países que estão à nossa frente [no cumprimento do respetivo programa de resgate financeiro], como a Irlanda, que estão a olhar para este tipo de mecanismos", afirmou, esclarecendo que "um esquema de apoio é o caminho que a Irlanda está a tomar, um segundo resgate foi aquilo que a Grécia teve".
O governante fez questão de sublinhar durante a sua intervenção na abertura da conferência, e depois à saída nas declarações aos jornalistas, que o Orçamento do Estado para 2014 "permite a Portugal estar na Europa, dentro de um grande projeto que é o euro".
"Este Orçamento do Estado é de grande importância para o futuro de Portugal. Permite a Portugal cumprir o Tratado Orçamental, que exige que Portugal tenha a médio prazo um défice estrutural de 0.5%", acrescentou.
"O ponto em que estamos hoje é de grande esperança para o país", adiantou, sublinhando que " o que diferencia Portugal tem sido esta capacidade de cumprir e, logo, de poder contar com o apoio dos parceiros em tudo aquilo que podem dar", concluiu.
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