Trabalhadores da Nelcivil manifestam-se nas ruas de Viseu

| Norte
Porto Canal / Agências

Viseu, 17 out (Lusa) -- Trabalhadores de uma empresa de construção civil de Nelas manifestaram-se hoje pelas ruas da cidade de Viseu, exigindo o pagamento dos salários e subsídios em atraso.

Segundo o coordenador da União dos Sindicatos do Distrito de Viseu, João Serra, cerca de três dezenas de trabalhadores da Nelcivil têm em atraso o pagamento dos subsídios de férias e de Natal do ano passado e três meses de salário e o subsídio de férias deste ano.

João Serra contou aos jornalistas que, antes de terem suspendido os seus contratos, os trabalhadores apelaram ao patrão para que lhes pagasse.

"A posição da empresa foi de que não tem condições de pagar salários. Quer que eles trabalhem, mas que não recebam", lamentou.

Exibindo faixas com as inscrições "Luta em defesa dos postos de trabalho" e "Carlos Cabrita paga os salários. Nós temos família", os trabalhadores concentraram-se hoje à tarde em frente ao edifício da Segurança Social e, depois, desfilaram pelas ruas até ao Centro de Emprego.

João Serra explicou que alguns dos trabalhadores "já foram notificados das datas em que irão começar a receber o subsídio de desemprego", mas outros ainda não.

"Este nosso esforço aqui hoje é no sentido de, quer o centro de emprego, quer a Segurança Social, terem uma atuação especial em relação a estes trabalhadores", frisou.

Segundo o sindicalista, "por parte da empresa, existem algumas posições que não ajudam a que este processo se desenvolva com a celeridade" pretendida.

"Os entraves que estamos a encontrar são as declarações que a empresa mandou para os trabalhadores, onde lhes imputa responsabilidades da rescisão do contrato", explicou.

No entanto, "os trabalhadores alegam que têm justa causa para rescindir o contrato e, portanto, esta responsabilidade deve ser imputada à empresa", defendeu João Serra, acrescentando que os trabalhadores "suspenderam o contrato de trabalho porque já se encontram há mais de três sem receber os seus salários".

"O processo que a empresa meteu (em tribunal) foi no sentido de recuperar a empresa e, portanto, não percebemos muito bem a sua posição nesta matéria. Nem os trabalhadores percebem", afirmou.

João Serra referiu que "depende do tribunal decidir pela recuperação, ou não, da empresa", tendo a Segurança Social "um papel preponderante na opinião que poderá dar em relação a esta matéria".

António Trindade, de 63 anos, 22 dos quais ao serviço da Nelcivil, contou que, além dos salários e subsídios em atraso, o patrão deve-lhe cerca de mil euros referentes a despesas que pagou.

Segundo o motorista, tem a receber despesas relacionadas com alimentação e até inspeções do camião, desde março do ano passado.

António José, de 35 anos, pai de duas filhas, mostrou-se muito preocupado com o futuro, depois de 12 anos ao serviço da Nelcivil.

"A empresa é viável e estamos aqui para trabalhar. Mas é preciso que ele nos pague. Nós cumprimos o nosso dever, ele tinha de cumprir o dele", frisou.

A Lusa tem tentado contactar a empresa por ocasião de vários protestos, mas até hoje não obteve uma resposta.

AMF // ROC

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