Valongo elogia intenção de reduzir portagens nas ex-SCUT mas defende remoção total

| Política
Porto Canal com Lusa

Valongo, Porto, 15 jun (Lusa) - A câmara de Valongo considerou hoje "importante" a possibilidade de o Governo vir a baixar portagens nas ex-Scut neste verão, mas vincou que neste concelho se defende "não só a redução, mas sim a remoção de um pórtico injusto".

"Admitindo que não seja possível no imediato retirar o pórtico que é conhecido como 'pórtico de Alfena' [freguesia do concelho de Valongo], a redução do valor das portagens é importante. Mas não nos distraiamos do essencial: aquele pórtico é injusto e deve ser removido", disse o presidente da câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro.

O autarca falava à agência Lusa na sequência de uma intervenção do primeiro-ministro que admitiu hoje, no debate quinzenal na Assembleia da República, durante o período em que respondia a questões formuladas pela bancada do PS, que as portagens nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador (Scut) poderão baixar ainda este verão.

No concelho de Valongo, distrito do Porto está em causa a autoestrada A41, na qual foram introduzidas portagens em outubro de 2010, sendo que em Alfena a introdução de um pórtico gerou e continua a gerar polémica.

"Aquele pórtico não faz sentido nenhum", disse José Manuel Ribeiro sobre um local onde em novembro de 2010 centenas de viaturas fizeram uma marcha lenta para contestar o pagamento de portagens, somando-se tomadas de posição de estruturas partidárias locais.

Mais recentemente, e no seguimento do aluimento de piso nesta autoestrada que ocorreu em fevereiro, o Grupo de Utentes da A41/Núcleo de Alfena organizou várias ações de protesto, aproveitando para voltar a reivindicar o fim do pórtico nesse local.

Hoje o representante desse grupo, Nicolau Ferreira, disse à Lusa apoiar a ideia do Governo de reduzir o valor das portagens nas ex-Scut porque "do ponto de vista nacional tem impacto para as pessoas" mas reafirmou que em Alfena a luta passa pela "retirada total".

"Somos obrigados a pagar por escassos 800 metros se quisermos chegar de Alfena à Maia, ao Porto, etc. Ou mesmo se quisermos entrar na A3 em direção a Braga, quando nessa autoestrada temos nova portagem. Pagamos portagem para aceder a uma portagem. É injusto face aos nossos vizinhos", referiu Nicolau Ferreira.

Já o presidente da Associação Industrial e Empresarial de Valongo (AIEV), Hugo Monteiro, congratulou-se com a possibilidade de a A41 vir a ter custos mais baixos, lembrando que as empresas e indústrias deste concelho "fazem muitos movimentos" em direção ao Porto, Maia e Matosinhos, utilizando quer esta autoestrada quer a A4, por nesses concelhos se localizarem interfaces como o aeroporto e o porto de Leixões.

"Imagine-se uma deslocação Valongo-Matosinhos pela autoestrada: demora 15 minutos. Por uma via alternativa para não pagar portagem demora três quartos de hora a uma hora. A redução será benéfica", disse à Lusa o presidente da AIEV.

Ainda a propósito da A41, recorde-se que em junho de 2010, vários municípios servidos por esta estrada chegaram a apresentar uma providência cautelar para travar a introdução de portagens nas antigas Scut, tendo Valongo sido um deles.

A providência acabaria por ser retirada após negociação com a tutela socialista e mediante propostas do PSD.

PYT (PMF/JF/FZ) // MSP

Lusa/fim

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