OE2014: Governo reduz para menos de metade poupança com rescisões e requalificação

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Porto Canal / Agências
Lisboa, 15 out (Lusa) -- O Governo reduziu para 161 milhões de euros o valor estimado em poupanças com rescisões e requalificação de funcionários públicos, menos de metade do montante de 448 milhões de euros estimados em maio numa carta enviada à 'troika'. De acordo com a proposta do Orçamento do Estado para 2014 (OE2014), ao qual a Lusa teve acesso, é estimado um impacto de redução da despesa em 59 milhões de euros no âmbito do sistema de requalificação dos trabalhadores e de 102 milhões de euros através do programa de rescisões por mútuo acordo. Numa carta enviada à 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central de Portugal) em maio pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a poupança estimada pelo Governo era de 448 milhões de euros, mais 287 milhões de euros face ao montante agora previsto no Orçamento, de 161 milhões de euros. "O facto de não ter sido possível implementar um prazo máximo de duração do sistema de requalificação para a esmagadora maioria dos trabalhadores em funções públicas reduziu a margem de atuação do Governo em relação ao número de trabalhadores (que não sejam comprovadamente necessários para o exercício de funções no Estado, mas que mantêm o vínculo) ", refere o documento. Nesta medida, "este aspeto corrobora a necessidade de atuar ao nível das remunerações para atingir os objetivos de redução dos custos com pessoal, inerente ao esforço de ajustamento que o país é chamado a fazer para cumprir com os compromissos internacionais assumidos", segundo o relatório do Orçamento para o próximo ano. Depois do chumbo do Tribunal Constitucional (TC), no final de agosto, a maioria parlamentar entregou no Parlamento uma proposta de alteração ao regime de requalificação da função pública, que retira a possibilidade de despedimento dos trabalhadores inativos há mais de 12 meses, uma das normas chumbadas pelo Tribunal Constitucional. A proposta será ainda discutida na especialidade na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública. Quanto ao período de rescisões amigáveis, este decorre desde 01 de setembro e termina em 30 de novembro e deverá abranger 15 mil trabalhadores das carreiras de assistente técnico e assistente operacional. A proposta de lei do Orçamento do Estado entregue hoje no Parlamento pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, prevê que seja "aplicada uma redução remuneratória progressiva entre 2,5% e 12%, com caráter transitório, às remunerações mensais superiores a 600 euros de todos os trabalhadores das Administrações Públicas e do Setor Empresarial do Estado, sem qualquer exceção, bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos cargos públicos". O subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos aposentados, reformados e pensionistas vai ser pago em duodécimos no próximo ano, segundo a proposta, que mantém a aplicação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) sobre as pensões. No documento, o Governo refere que o défice orçamental deste ano vai resvalar para os 5,9% do PIB, superando os 5,5% definidos para 2013 entre o Governo e a 'troika' e confirma as previsões macroeconómicas, apontando para um crescimento económico de 0,8% e uma taxa de desemprego de 17,7% em 2014. SMS // MSF Lusa/Fim

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