Gaia chama a "conhecer o lagarto de água" defendido por ambientalistas

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Porto Canal com Lusa

Vila Nova de Gaia, Porto, 20 mai (Lusa) -- A Câmara de Gaia promove no fim de semana sessões de apresentação do lagarto de água, espécie que esteve na origem da discórdia entre autarquia e ambientalistas quanto ao local de realização do festival Marés Vivas.

"Venha conhecer o lagarto de água" é o título da iniciativa que a autarquia promove no Parque Biológico de Gaia no sábado e no domingo, em três sessões gratuitas de apresentação da espécie e visita guiada ao habitat para observação.

Desde o início do ano que os ambientalistas protestaram contra a possível realização do festival Marés Vivas no Vale S. Paio, em Canidelo, por ali existirem espécies protegidas como, alegam, o lagarto de água.

"Embora o Festival só dure os referidos três dias, o impacto ambiental já começou com a destruição de uma valiosa zona de matos no referido Vale de Sampaio, importantíssimo para a nidificação de várias espécies de aves, incluindo o único ponto de água doce do local (mina e presa) e onde, entre outras espécies de répteis e anfíbios, ocorria uma colónia de Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), agora destruída, espécie que conta com abundante proteção legal", escreviam, em abril, os ambientalistas do movimento SOS Estuário do Douro.

Já na passada quarta-feira, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, reiterou que "as espécies existem de facto na reserva e o que tentaram passar foi que o festival se realizava na reserva".

Também o PAN se juntou ao coro de protestos em defesa daquela espécie, referindo ainda esta semana que o Vale de S. Paio "é a cinco metros da reserva" do Estuário do Douro onde "há registos de espécies protegidas como o lagarto de água".

Na passada semana, e em comunicado, a Quercus apresentou uma providência cautelar para suspender a realização do festival Marés Vivas no Vale de S. Paio alegando "riscos de danos graves e dificilmente reparáveis a algumas das 225 espécies de aves e inúmeras outras de fauna e flora registadas na Reserva Natural local do Estuário do Douro", como o lagarto de água.

Sobre aquela espécie diziam que "a população do Vale São Paio só conta ainda com alguns indivíduos porque o embargo intentado pela Quercus parou a obra e a destruição em curso".

Uma das ações judiciais da Quercus levou à suspensão as obras de preparação do terreno para o festival, atrasando a primeira etapa de preparação do novo Parque Urbano Municipal e obrigando a autarquia a fazer regressar o Marés Vivas ao espaço original.

O lagarto de água é uma espécie endémica da Península Ibérica e, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), "apresenta uma distribuição praticamente contínua a norte do rio Tejo".

Esta espécie é encontrada junto de linhas de água, alimenta-se de insetos e pequenos invertebrados, atinge a maturidade sexual pelos três/quatro anos, entrando em repouso invernal entre outubro e março.

Segundo Henrique Alves, biólogo no Parque Biológico de Gaia, a população de lagarto de água no Norte "não está em risco".

Para domingo, Dia Internacional da Biodiversidade, os ambientalistas do movimento SOS estão a preparar uma "Procura do Lagarto de Água" no Vale de São Paio, iniciativa inserida no programa Pé n'A Terra 2016.

LIL // MSP

Lusa/Fim

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