Pequenos agricultores com dificuldade em compensar estragos da chuva

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 10 mai (Lusa) -- As pequenas explorações familiares têm dificuldade em aceder e acionar os seguros agrícolas para compensar os prejuízos do mau tempo, disse hoje o dirigente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Pedro Santos.

A pluviosidade intensa tem prejudicado a atividade agrícola em algumas regiões, sobretudo no Ribatejo, e alguns produtores temem um impacto significativo nas culturas da primavera.

Pedro Santos afirmou, à saída de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que "há medidas específicas" para calamidades provocadas pelo mau tempo no Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), mas importa primeiro avaliar os estragos.

"Há que avaliar os prejuízos e (...) ver o que se pode fazer. Se não houver a possibilidade de usar os fundos comunitários, temos de estudar outras possibilidades", salientou o responsável da direção nacional da CNA, adiantando que os seguros "estão muito desajustados" da agricultura familiar.

"Quem tem uma agricultura multifuncional acaba por não estar dentro daquilo que está parametrizado pelas seguradoras e tem muita dificuldade em aceder aos seguros", disse Pedro Santos, considerando que os seguros são demasiado caros "para aquilo que, de facto, seguram" e muito difíceis de acionar.

Já o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) destacou que a chuva "afeta mais uns do que outros": enquanto no Ribatejo a precipitação intensa está a afetar as plantações de tomate e as sementeiras de milho, no caso das pastagens e das searas de outono/inverno as chuvas são bem-vindas.

Segundo Luís Mira, os seguros são a única opção para aliviar os custos para os agricultores, neste tipo de situações.

"Nestas situações, as reposições que existem são para reposição do potencial produtivo, ou seja quando há destruição de uma estrutura, como uma estufa, uma vinha ou um pomar, o que não é o caso do Ribatejo. Ou há seguros para cobrir isto ou não há outra forma de compensar estas situações", afirmou o responsável da CAP, reconhecendo que "não são baratos, mas existem".

Em geral, acrescentou, a cultura do tomate "funciona bem com seguro, algumas pessoas do milho também fazem, as vinhas também têm seguro".

O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, tem estado a acompanhar a situação e adiantou, em declarações anteriores à Lusa, que foi já incorporada no Programa de Desenvolvimento Rural uma medida sobre seguros agrícolas.

"Há um conjunto de medidas que são cofinanciadas por dinheiros nacionais e comunitários que visam precisamente comparticipar no custo do prémio dos seguros, que pode variar entre 40, 50, 60 e até 80% do custo do prémio, para permitir que situações ditadas pelas aleatoriedades climatéricas possam ter uma compensação, se for o caso", declarou.

Capoulas Santos afirmou que este está a ser um ano "muito bom para as pastagens e a atividade pecuária", esperando que ainda venha a ser possível conciliar com "um bom ano para outras culturas".

"A agricultura é aquela atividade em que o ditado popular refere que sol na eira e chuva no nabal nunca é possível. O que está a ser muito bom para as pastagens e a atividade pecuária - estas chuvas de primavera têm feito deste ano um ano de abundância de pastagens como não há memória - tem depois este inconveniente que é o atraso nas culturas de primavera", disse.

Para o ministro, "a atividade agrícola está sujeita a estas aleatoriedades climatéricas e é com elas que temos que conviver".

RCR (MLL) // MSF

Lusa/fim

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