CGTP acusa ministro de fugir ao debate sobre manifestação na 25 de Abril

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 11 out (Lusa) - O secretário-geral da CGTP-IN reiterou hoje a disponibilidade para "ultrapassar problemas técnicos ou de segurança" envolvidos na manifestação na ponte 25 de Abril, acusando o ministro da Administração Interna de "fugir de se sentar" com a central sindical.

O responsável, Arménio Carlos, falava aos jornalistas no final de uma reunião com o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que se mostrou igualmente disponível para participar numa reunião com o ministério, a CGTP, a Câmara de Almada e os responsáveis de segurança.

Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da central sindical manifestou-se convicto de que não haverá qualquer parecer negativo à realização do protesto, convocado para dia 19, para Lisboa e para o Porto, com passagem nas pontes 25 de Abril e do Infante, respetivamente.

"Isto não é um problema técnico, é um problema político. Não há que ter parecer negativo, nem nós tão pouco pensamos que eventualmente surja um parecer negativo, porque não há razões para isso", sublinhou Arménio Carlos, que questiona porque é que estão a ser invocadas questões de segurança apenas para a ponte sobre o Tejo.

"O próprio ministro diz que podemos realizar as manifestações em todas as pontes, a 25 de Abril é que é crítica. Porquê? É diferente das outras porquê? Não é uma ponte?", perguntou.

A CGTP acusa o ministro Miguel Macedo de evitar discutir o assunto.

"Quem está interessado na via do diálogo e de uma discussão séria, quer tratar do problema. Quando se diz que há parecer negativo, mas não nos enviam os pareceres, não se sentam connosco para discutir o problema e andam a fugir de o fazer. Então temos de dizer que não é um problema técnico, é um problema político", considerou Arménio Carlos.

Para o responsável sindical, "com algumas horas de discussão objetiva", é possível "resolver esta situação e a marcha vai ter lugar na ponte 25 de abril e na ponte do Infante, no Porto, com toda a tranquilidade e com uma grande participação".

Arménio Carlos sublinhou que, a pouco mais de uma semana do protesto, regista-se já "um nível de mobilização incomparavelmente superior a todas as manifestações" anteriores.

"Não há ninguém mais interessado em salvaguardar a segurança dos manifestantes que a CGTP", destacou.

Sobre a necessidade de serem preservadas vias para circulação de viaturas das forças de segurança e de emergência, a CGTP propõe que "seja aberta uma faixa em cada um dos sentidos - as duas faixas laterais - para que circulem as viaturas das forças de segurança e as ambulâncias", enquanto a marcha decorrerá nas quatro faixas centrais.

Arménio Carlos alegou ainda que há precedentes de atividades que encerram a ponte, já desde os finais dos anos 70, com iniciativas do Ginásio Clube, ou, nos anos mais recentes, as meias maratonas anuais da EDP.

O Sistema de Segurança Interna deu um parecer técnico desfavorável à realização da marcha de protesto contra a austeridade e o empobrecimento, invocando diversos riscos de segurança. Também a PSP entregou às câmaras de Lisboa e de Almada um parecer contrário à realização da manifestação da CGTP na ponte 25 de Abril, sublinhando que a decisão cabe agora às autarquias.

JH // ATR

Lusa/fim

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