Chumbos do Constitucional são "dificuldade particular" de Portugal - Christine Lagarde

| Mundo
Porto Canal / Agências

Lisboa, 10 out (Lusa) -- A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou hoje que Portugal tem uma "dificuldade particular", que são os chumbos do Tribunal Constitucional a algumas medidas do Governo.

A diretora-geral do Fundo afirmou hoje, na conferência de imprensa anual conjunta do FMI e do Banco Mundial, em Washington, que Portugal tem "uma dificuldade particular", que é "a visão do Tribunal Constitucional sobre o que é ou não constitucional".

"Isto tem levado a revisões regulares do programa para cumprir as exigências feitas. Tendo em conta que o programa está em curso e que as revisões estão a ocorrer, o Governo está claramente a olhar para essas questões e esperamos que continue a fazê-lo para o bem de Portugal e para o bem das pessoas", disse Christine Lagarde.

Desde que Portugal pediu o resgate financeiro, em maio de 2011, o Tribunal Constitucional (TC) chumbou já o corte dos subsídios na função pública (no Orçamento de 2012, mas apenas com efeitos para o ano seguinte), rejeitou quatro normas do orçamento de 2013 que deixaram um buraco orçamental de mais de 1.300 milhões de euros, e travou também o regime de requalificação de trabalhadores em funções públicas, que previa o despedimento após 12 meses de inatividade.

Além destes três chumbos já decididos pelos juízes do Palácio Ratton, há ainda outros dois diplomas que poderão vir a ser apreciados pelo Constitucional: o aumento do horário de trabalho das 35 para as 40 horas semanais e os cortes das pensões na função pública.

A antiga ministra das Finanças de França disse ainda que "Portugal é um dos países onde o FMI disse que é preciso um pouco mais de tempo porque um dos atributos chave que o país tem disponível para reconciliar a disciplina orçamental com o crescimento é o tempo".

"Concentrar o esforço de ajustamento no início do processo ['frontloading'] e a consolidação orçamental não é necessariamente o mais apropriado em todo o lado e é por isso que, no caso de Portugal tal como no caso da Grécia, dissemos que era preciso mais tempo, para proteger áreas que geram crescimento e criação de emprego", afirmou ainda Lagarde.

Na última revisão ao programa de assistência financeira a Portugal, concluída a 03 de outubro, a 'troika' (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) não aceitou flexibilizar a meta do défice orçamental para 2014, mantendo-se nos 4% do PIB nesse ano. O Governo defendia que o objetivo do défice para o próximo ano, que já foi alargado duas vezes, fosse novamente dilatado, agora para os 0,5%.

ND // VC

Lusa/fim

+ notícias: Mundo

Vai ou não avançar com demissão? Pedro Sánchez responde às 11h

O primeiro-ministro de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, faz esta segunda-feira, pelas 11h (hora de Portugal Continental) uma declaração ao país depois de na quarta-feira ter revelado que ponderava demitir-se e que ia parar para refletir durante cinco dias.

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.