Grupos religiosos devem obediência ao Partido Comunista Chinês
Porto Canal com Lusa
Pequim, 24 abr (Lusa) - Os grupos religiosos chineses têm de obedecer ao Partido Comunista no poder na China, disse o presidente Xi Jinping, citado hoje pela agência oficial Xinhua.
"Os grupos religiosos (...) devem aderir à liderança do Partido Comunista Chinês (PCC)", afirmou, no encerramento de uma conferência com altos funcionários do partido.
No entanto, os membros do PCC devem ser "inflexivelmente ateus marxistas", vincou, pedindo-lhes para "resolutamente manterem a guarda contra infiltrações do exterior através de meios religiosos".
"Devemos guiar e educar o círculo religioso e os seus seguidores com os valores socialistas", afirmou ainda Xi Jinping, que apelou ao desenvolvimento de esforços para "combinar as doutrinas religiosas com a cultura chinesa".
"As políticas e teorias religiosas do PCC demonstraram estar corretas no passado", acrescentou.
Na China vivem milhões de budistas, cristãos e muçulmanos.
Desde que Xi Jinping chegou ao poder, em 2012, as autoridades chinesas tornaram-se mais repressivas em relação a alguns grupos.
Na província de Xhejiang têm sido demolidas igrejas e retiradas cruzes colocadas no exterior de edifícios numa campanha criticada por grupos de defesa dos direitos humanos.
Na região muçulmana de Xinjiang, as denúncias são em relação à repressão de manifestações e práticas como o Ramadão ou as barbas longas.
Pequim desistiu na década de 1970 de acabar com os grupos religiosos organizados e optou pelo seu controlo através de igrejas, templos e mesquitas oficialmente autorizadas que juntam a doutrina religiosa à retórica comunista.
MP // MP
Lusa/Fim