Campeã tem que se reinventar após Túnel do Marão que deu emprego e clientes

Campeã tem que se reinventar após Túnel do Marão que deu emprego e clientes
| Norte
Porto Canal com Lusa

O Túnel do Marão deu emprego e clientes aos habitantes da Campeã, Vila Real, que agora, com o fim das obras, se mostram preocupados mas ao mesmo tempo com esperança de que a nova autoestrada traga mais visitantes.

Entre avanços e paragens, a Autoestrada do Marão demorou sete anos a ser concluída e deverá entrar em funcionamento em meados de abril, ligando de forma mais rápida e segura Vila Real a Amarante.

Durante este período, foram muitos os habitantes da Campeã, freguesia do concelho de Vila Real localizada junto ao Túnel do Marão, que encontraram trabalho no empreendimento.

Também os restaurantes, alojamentos, padarias, farmácia ou postos de combustíveis tiveram mais clientes.

O fim da obra já se sente neste vale. "O movimento está a diminuir de dia para dia", afirmou à agência Lusa o presidente da junta da Campeã, Lino Carvalho.

O autarca diz que sente alívio pelo fim da obra, que trouxe "muito sofrimento" às gentes locais mas, ao mesmo tempo, aumentam as preocupações com o futuro dos habitantes: desemprego e perda de clientes.

"É um problema que agora se coloca. Já vi muitos jovens que não estão a trabalhar e, portanto, o seu futuro é agora o desemprego e depois, se não forem encontradas alternativas, se calhar a emigração", frisou.

Mário André, topógrafo de 29 anos, trabalhou na obra da Autoestrada do Marão e é um desses jovens da Campeã que está agora no desemprego e à espera de uma nova oportunidade de trabalho.

Na área da topografia Mário André não acredita que consiga encontrar uma oportunidade de trabalho, porque "não há obras", pelo menos em Portugal, por isso mesmo quer apostar na outra área em que tirou o curso, teatro e artes performativas.

A emigração é uma viagem que, para já, não quer fazer.

Alcides Magalhães, proprietário de um posto de combustível, teve durante os últimos anos como principal cliente a autoestrada, fazendo os abastecimentos das máquinas.

"O recorde de abastecimento foram 74 máquinas num só dia", contou à Lusa.

É verdade que se sabia que esta era uma oportunidade de negócio provisória, mas o empresário diz que "custa aceitar" que a obra está a acabar.

"Tudo tem um princípio e um fim, mas até ficamos tristes com o fim do movimento que aqui tínhamos", salientou.

Alcides Magalhães acredita que alguns trabalhos se vão manter pela Campeã, como a limpeza da escombreira, onde foram deixados os detritos retirados das estranhas da serra, bem como de empresas a trabalharem em permanência no túnel.

"Espero continuar a fornecer o combustível", frisou. Mas, o empresário espera também mais movimento neste vale após a obra, com os visitantes que venham explorar o maior túnel rodoviário da Península Ibérica.

Esta é uma freguesia que terá que se saber reinventar. Lino de Carvalho referiu que se está já a estudar uma estratégia para que a restauração local se "readapte" e se direcione mais para o turismo.

E há já novos projetos previstos para a Campeã. O empresário João de Brito está à frente de um grupo empresarial que adquiriu um antigo hotel que vai agora ampliar e dotar de novos serviços, como um micro spa, restaurante e espaço para eventos.

O "Abrigo das Serras" será um hotel quatro estrelas, que poderá estar em funcionamento durante o primeiro semestre de 2016 e vai criar entre 15 a 20 postos de trabalho.

A localização ao lado da nova autoestrada, bem como do atual Itinerário Principal 4 (IP4), poderá trazer muitos clientes passantes, mas João de Brito salientou que o projeto se direciona para o nicho de mercado ligado ao turismo de natureza, aproveitando a proximidade com as ainda "inexploradas" serras do Marão e do Alvão.

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