Reitor da UMinho critica "microrregiões" da rede do ensino superior
Porto Canal / Agências
Braga, 30 mai (Lusa) - O reitor da Universidade do Minho (UMinho), António Cunha, criticou hoje as "microrregiões" propostas pelo Governo para a reorganização da rede do ensino superior, considerando tratar-se de "uma nova regionalização desfasada das dinâmicas existentes".
"A proposta cria uma nova regionalização, um novo conceito de regiões, desfasado das dinâmicas que hoje existem. Estarmos agora falar em microrregiões para o ensino superior parece-me algo de inconcebível", afirmou António Cunha à Lusa.
O Governo propôs que os cursos superiores que, no início do próximo ano letivo, registarem uma média de inscrições no 1.º ano inferior a 10, no conjunto dos anos letivos de 2011-2012 e 2012-2013, não possam abrir vagas.
No entanto, aquela proibição pode ser contornada com a criação de consórcios entre as instituições de ensino superior, de forma a evitar a duplicação de oferta formativa.
A proposta do Governo divide o país em nove regiões, cada uma delas incluindo três instituições de ensino superior.
A única exceção é a região de Lisboa, onde estão incluídas nove universidades, politécnicos e escolas superiores.
A proposta governamental define ainda que cabe aos reitores e presidentes de politécnicos de cada uma das regiões o estabelecimento de acordos para decidirem onde vão funcionar os cursos com menos de dez alunos.
"A ideia da reorganização da rede para evitar a duplicação da oferta parece-me genericamente positiva, mas já não posso concordar com as microrregiões propostas", referiu o reitor da UMinho.
Para António Cunha, já há uma "regionalização natural" do país, com as NUT2, equivalentes às comissões de coordenação de desenvolvimento regional, e deveria ser essa a base da reorganização da rede do ensino superior.
As áreas de coordenação regional propostas pelo Governo são Minho, Trás-os-Montes, Porto, Beira Interior, Aveiro-Viseu, Coimbra, Centro Oeste (politécnicos de Leiria, Santarém e Tomar), Lisboa e Setúbal e Alentejo.
"Não faz sentido. A UMinho, por exemplo, só pode articular-se com os Politécnicos de Viana do Castelo e do Cávado e Ave, não o podendo fazer com qualquer universidade. Não se percebe", acrescentou António Cunha.
O reitor da UMinho também criticou a "pressa" da reforma, considerando que ela deveria ter sido previamente "muito bem discutida" com universidades e politécnicos.
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