"A mágoa é tão grande que eu evito passar no edifício da Seg. Social de Braga"

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Porto Canal (MYF)

Luís Martins, ex-interlocutor distrital para os programas dos POPH e PIDDAC, descreve o momento em que foi demitido por Rui Barreira, Diretor Distrital da Segurança Social (SS) de Braga, com "mágoa", mas salienta que "muitos outros trabalhadores sofreram tanto ou mais" que ele. O ex-funcionário recebeu ordem de demissão por pedir uma clarificação de um despacho enviado pelo dirigente do CDS.

Em 2013, Luís Martins emitiu um relatório ao Diretor Distrital da SS de Braga a informar que apenas uma Instituição Particular de Segurança Social (IPSS) estaria em condições para abrir portas no final daquele ano. No entanto, Rui Barreira entregou um despacho com uma ordem contrária.

Esse documento foi lido atentamente pelo ex-funcionário da SS de Braga, que diz que “eventualmente a orientação vinha em sentido contrário ao manual de procedimentos em vigor naquele ano”. Foi então que pediu “uma clarificação ao senhor diretor”, que até hoje não obteve. O que chegou foi uma ordem de demissão, em 2013. Luís Martins viu-se obrigado a pedir a reforma antecipada, mesmo estando ciente que ia ser penalizado em 40%.

“Fiquei abalado, não tinha condições psicológicas nem emocionais para continuar no serviço, sem fazer praticamente nada”, explicou.

Ao fim de 34 anos ao serviço da Segurança Social de Braga, o interlocutor distrital descreve o momento da sua demissão com “muita mágoa”, mas salienta que muito outros funcionários passaram pelo mesmo, ou ainda por situações piores. 

"A mágoa é tão grande, que eu que gosto de andar a pé, evito passar no edifício da Segurança Social de Braga", disse. 

Assédio moral, processos disciplinares, baixas psiquiátricas e represálias, como mudanças de funções e de locais de trabalho são algumas das queixas apresentadas ao dirigente do PSD, num relatório de 30 páginas, enviado pelos funcionários da SS de Braga ao Governo de António Costa.

O Porto Canal sabe que alguns chefes dos serviços do distrito, como de Fafe, Cabeceiras de Basto e Vizela, foram afastados pelo Diretor distrital por apenas terem ideologias políticas diferentes. Testemunhos que marcam um clima de “medo” desde a chegada de Rui Barreira à direção da Segurança Social de Braga, em 2011. 

O Conselho Diretivo do Instituto de Segurança Social deliberou abrir um inquérito à atuação de Rui Barreira, na sequência de uma acusação do PCP, que diz que o Diretor está a beneficiar Instituições Particulares de Segurança Social (IPSS) onde tem participado em atividades de cariz partidário. O BE também entregou ao atual executivo um memorando com dezenas de páginas onde é "enunciado um extenso rol de irregularidades que põe em causa a missão de serviço público daquela entidade". 

O Porto Canal tentou contactar Rui Barreira, mas até ao momento ainda não obteve qualquer resposta.

Ministro Vieira da Silva espera há três meses pela carta de demissão de Rui Barreira

Muito se expeculou quando o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, disse, durante a Comissão de Orçamento e Finanças, que decorreu no dia 24 de fevereiro de 2016, que estava há três meses “à espera da demissão” de um dirigente da Segurança Social que em 2013 garantiu que não ficaria “nem mais um dia” a ocupar o cargo, quando o Governo fosse liderado pelo PS. Pois bem, Vieira da Silva referia-se a Rui Barreira. 

Toda a polémica envolvente começou desde 2013, altura em que Rui Barreira afirmou em entrevista à Revista SIM, que a função que desempenhava tinha que ser exercida por alguém “com a mesma orientação política” que o Governo em funções. (coligação PSD/CDS).

Para piorar a situação, quando foi questionado se seria possível governar se as orientações políticas fossem diferentes, Rui Barreira afirmou: “Seria difícil, porque iria ter que implementar no terreno medidas com as quais não concordava. Em 2005, quando o PS foi para o Governo, pediram-me para ficar mais alguns dias, enquanto substituíam a Dra. Filomena Bordalo pela nova diretora. Eu transmiti que não ficaria nem mais um dia, porque não fazia sentido, já que não acreditava na política que iria ser implementada”, referiu na altura.

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