Empresa que gere cantinas escolares no Porto nega acusações de sindicato
Porto Canal / Agências
Porto, 02 out (Lusa) -- A empresa Uniself negou hoje o despedimento de quatro trabalhadoras das cantinas das escolas básicas do Porto, denunciado na terça-feira pelo Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria do Norte, e recusou ter reduzido a carga horária dos restantes funcionários.
"Não é verdade que a Uniself tenha despedido quatro trabalhadoras das cantinas das Escolas Primárias do Porto. As referidas trabalhadoras eram contratadas a termo certo e viram os seus contratos a termo terminar por caducidade em meados de junho de 2013", garante a empresa, através da direção Norte dos Recursos Humanos, em comunicado enviado à Lusa.
A Uniself assegura que as funcionárias em causa estão "no fundo de desemprego" desde essa altura e que se apresentaram nas escolas "sem qualquer legitimidade, dado que não foram contratadas e não tinham qualquer contrato em vigor".
A empresa admite que as trabalhadoras não foram recrutadas para o ano letivo de 2013/2014 "por razões diversas, designadamente económicas, de mercado e de avaliação profissional".
Reagindo às acusações do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, a Uniself esclarece que em causa não estão quatro cozinheiras, mas "uma cozinheira e três empregadas de refeitório".
A empresa rejeita a acusação de ter diminuído a "carga horária dos restantes trabalhadores" e diz ser falso que tenha ao seu serviço nessas escolas "trabalhadoras com contratos a termo certo há 10/15 anos", já que a empresa é "concessionária apenas desde 2008".
"Também não é verdade que as trabalhadoras em causa sempre tivessem trabalhado nas escolas onde indevida e ilegalmente se apresentaram", alerta o comunicado.
De igual modo, "não é verdadeira a afirmação de que o cadernos de encargos do Ministério de Educação estabelece o mínimo de 20 horas semanais", uma vez que "não se aplica às escolas primárias", geridas pelos municípios.
A empresa nega a existência de "falta de pessoal nas cantinas" ou "falta de limpeza" nas escolas indicadas pelo sindicato.
"Todas as cantinas têm o pessoal necessário e as mesmas são diária e permanentemente higienizadas, cumprindo a Uniself, como empresa certificada, todas as normas exigidas por lei", assevera a empresa, garantindo cumprir "escrupulosamente com os seus trabalhadores".
O Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria do Norte denunciou na terça-feira o "despedimento" de quatro trabalhadoras das cantinas de escolas primárias do Porto, concessionadas à Uniself, e a "drástica redução" da carga horária da generalidade dos funcionários.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do sindicato, Francisco Figueiredo, disse serem "cerca de uma centena" os trabalhadores das cantinas das escolas primárias do Porto "contratados todos os anos, alguns há 10/15 anos, com contratos a termo certo que começam em setembro e acabam em junho".
O responsável referiu a dispensa de quatro cozinheiras do Centro Escolar das Antas e das escolas básicas de Montebello, Nevogilde e Augusto Lessa, substituindo-as por outras funcionárias "sem nenhuma justificação".
Considerando a situação "inaceitável", o sindicato garante que "os trabalhadores vão continuar a apresentar-se ao trabalho" e agendou para a próxima semana uma "ação de luta" frente às quatro escolas e uma concentração junto à Câmara do Porto.
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