Relatório revela que FBI recorre ao uso de 'drones' desde 2006
Porto Canal / Agências
Washington, 27 set (Lusa) -- O FBI utiliza aviões não tripulados, conhecidos por 'drones', para seguir o rasto de suspeitos e examinar cenas de crime, desde 2006, revela um relatório do inspetor-geral do departamento de Justiça dos EUA, divulgado esta quinta-feira.
O departamento de Justiça norte-americano gastou 3,7 milhões de dólares (2,7 milhões de euros) em drones desde 2004 até maio último, com mais de 80 % das compras destinadas ao FBI, refere o relatório.
O então diretor do FBI, Robert Mueller, admitiu, em junho, numa sessão do Congresso que a agência utiliza drones para tarefas de vigilância em território norte-americano, mas ressalvou que a sua utilização ocorria raramente.
O relatório do inspetor-geral recomenda ao departamento de Justiça que desenvolva políticas específicas sobre o uso de drones que tenham em conta o respeito pela privacidade.
Em março, vários senadores norte-americanos advertiram que o uso de drones em missões de vigilância e recolha de informação pode ameaçar a privacidade dos cidadãos, enquanto especialistas recomendam novas leis para regular a sua utilização sem violar direitos constitucionais.
"Nenhuma agência, incluindo o FBI,deveria desenvolver [programas de] vigilância interna com drones sem ter primeiro fortes normas sobre a privacidade", indicou, em comunicado, Jay Stanley, analista da União Americana de Liberdades Civis, após a divulgação do documento, citado pela agência noticiosa Efe.
Jay Stanley instou, além disso, o Congresso a aprovar um projeto de lei que estabeleça que as autoridades responsáveis por fazer cumprir a lei devem obter autorização judicial antes de utilizar drones e proíba explicitamente que esses aviões não tripulados estejam armados.
DM // DM.
Lusa/fim