Nações Unidas, Nova Iorque, 26 set (Lusa) -- O Presidente iraniano, Hassan Rohani, instou hoje Israel a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) "sem demora", afirmando na Assembleia-Geral da ONU que "nenhuma nação" deveria possuir armas atómicas.

"Enquanto as armas nucleares existirem, o risco da sua utilização e a ameaça da sua proliferação persistem", sustentou Rohani, em nome do Movimento dos Não-Alinhados, numa reunião sobre o assunto à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

O mundo "esperou demasiado tempo" para iniciar o desarmamento nuclear, insistiu.

"Quase 40 anos de esforços internacionais para criar uma zona sem armas nucleares no Médio Oriente infelizmente fracassaram", disse ainda o chefe de Estado iraniano.

"São necessários passos urgentes, práticos, para a criação de uma tal zona. Israel, o único país na região que não é parte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, deveria assiná-lo sem mais demora. Todas as atividades nucleares na região deveriam ser submetidas" ao controlo da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), acrescentou.

Estas declarações foram emitidas algumas horas antes de uma reunião sem precedentes, em Nova Iorque, dos chefes da diplomacia das grandes potências com o seu homólogo de Teerão sobre o programa nuclear iraniano, abordado por todos, no entanto, com prudência.

As grandes potências ocidentais acusam o Irão de querer dotar-se de armas nucleares a coberto do seu programa civil, o que Teerão desmente. As negociações estão suspensas há oito anos.

É a primeira vez que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se reunirá, na presença dos ministros dos outros membros permanentes do Conselho de Segurança e da Alemanha, com o seu homólogo iraniano, Mohammad Javad Zarif.

"Será uma boa reunião, tenho a certeza disso", declarou Kerry hoje de manhã, por ocasião de uma reunião com o seu homólogo chinês, Wang Yi.

A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Catherine Ashton, indicou que se reunirá em seguida com Zarif em Genebra, em outubro, para a primeira série de negociações desde a chegada ao poder de Rohani, em junho.

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