Nova Iorque, 26 set (Lusa) - O chefe do Governo espanhol aproveitou a sua intervenção na Assembleia-Geral das Nações Unidas para reclamar o fim do "anacronismo" sobre Gibraltar e acusar o Reino Unido de não aceitar os pedidos da ONU para dialogar com Espanha sobre a sua soberania.

A reivindicação de Gibraltar foi uma das mensagens de Mariano Rajoy no início da 68.ª Assembleia-Geral da ONU, na qual disse que Espanha mostrou com factos que é legítima a sua aspiração de aceder ao Conselho de Segurança das Nações Unidas no período 2015-2016.

O presidente do governo espanhol já tinha revelado que iria expor a situação de Gibraltar na sua intervenção e fê-lo aludindo à "consolidada" doutrina legal da ONU sobre descolonização.

No mesmo contexto, recordou que Gibraltar é uma colónia que a ONU incluiu em 1963 na lista de territórios autónomos pendentes de descolonização.

"É o único pendente na Europa, afetando assim a nossa integridade territorial", apontou Mariano Rajoy, antes de lamentar que, desde então, o Reino Unido ignora o mandato da Assembleia das Nações Unidas e o compromisso assumido com Espanha na Declaração de Bruxelas de 1984, em que ambos os países se comprometeram a dialogar de forma bilateral sobre a soberania de Gibraltar.

Rajoy apelou, assim, ao Reino Unido para retomar o diálogo bilateral e a cooperação regional.

Além de ter vincado e exemplificado o "compromisso" espanhol com a ONU e a vontade de integrar o Conselho de Segurança, Mariano Rajoy referiu também a questão da Síria, apelando ao diálogo político e salientando que o ataque com gás sarin já confirmado pelas Nações Unidas "não pode repetir-se nem pode ficar impune".

Na sua estada em Nova Iorque, Mariano Rajoy manteve ainda diversos contactos bilaterais, incluindo com o Presidente do Irão Hassan Rohani.

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