OCDE/Previsões: Aumento do défice não deve ser compensado com mais austeridade - economista OCDE

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 29 mai (Lusa) -- O aumento do défice orçamental devido a uma recessão mais profunda este ano não deve ser compensado por mais medidas de austeridade para além das já planeadas, explicou à Lusa o economista responsável pela análise de Portugal na OCDE.

"O crescimento projetado deve ser mais baixo que o que prevíamos anteriormente, e isto irá resultar num défice algo maior. Mas não acreditamos que isto deva levar a medidas de consolidação adicionais para além das já planeadas", afirma Jens Arnold, economista responsável pela análise de Portugal na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O responsável pelo departamento da organização que analisa Portugal e o Brasil explica que parte da revisão em baixa feita no 'Economic Outlook' hoje publicado para o crescimento português (recessão de 2,7% este ano e crescimento de apenas 0,2% do PIB em 2014) se deve à expectativa de menor crescimento em toda a zona euro, apesar de Portugal registar melhorias a nível da sua competitividade e no crescimento das suas exportações.

Para além do efeito de arrastamento das condições económicas na zona euro, também a austeridade e as difíceis condições de crédito "vão deprimir a procura interna".

Neste sentido, Jens Arnold explica que a previsão de crescimento para este ano é mais negativa que a do Governo português também porque "o consumo privado vai ser afetado pelos impostos mais altos, em particular do IRS" e que a previsão mais negativa do investimento se deve também a uma diferente interpretação dos dados económicos.

O economista da OCDE considera também que apesar das implicações do nível do PIB no rácio da dívida pública (que a OCDE estima agora que atinja os 132% em 2014), devido a uma maior recessão em 2013 e menor crescimento em 2014 e do efeito de preços ser desfavorável, este não tem impacto na sustentabilidade da dívida pública.

NM // VC

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