BE acusa PS de ser o "seguro de vida" do Governo ao aceitar falar de pensões

| Política
Porto Canal / Agências

Aveiro, 20 set (Lusa) - Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, acusou sexta-feira à noite o PS de ser "o seguro de vida" do Governo, ao aceitar "conversar no parlamento" com os partidos da maioria sobre pensões.

Catarina Martins, que falava no Teatro Aveirense no comício da candidatura do BE à Câmara de Aveiro, referia-se ao convite da maioria PSD/CDS para dialogar com o PS, afirmando que não é o primeiro assédio que os socialistas não rejeitam.

Os líderes parlamentares de PSD e CDS-PP propuseram na sexta-feira ao PS uma reunião para debater "as regras e regimes especiais de pensões", nomeadamente aplicáveis aos juízes do Tribunal Constitucional, mas o líder da bancada socialista, Carlos Zorrinho, disse que não "há nenhuma razão" para reuniões "fora do quadro parlamentar".

"Quando Paulo Portas se prepara para engolir a linha vermelha e aceitar os cortes nas pensões, no momento em que o Governo se desfaz, lá vem o apelo ao PS para o consenso e para salvar a austeridade. Percebe-se porque é que o PSD e o CDS insistem nesse apelo: o consenso com o PS é o seguro de vida do Governo. Foi o que aconteceu, quando no momento da maior crise política, o PS aceitou o namoro de uma semana e com isso deu um balão de oxigénio ao governo", disse.

Catarina Martins questionou se, face ao desafio hoje feito ao Partido Socialista para se reunirem sobre pensões, disse o PS que "não se reunia com quem nunca cumpriu a sua palavra" ou se "disse o PS que não reunia com quem só quer cortar" nas pensões.

"Não! Disse que conversava no Parlamento. O PS insiste em ser o seguro de vida do Governo e neste consenso podre sobre a austeridade e o que precisamos é o avesso desse consenso podre, de um momento de clarificação, que serão as eleições do dia 29", comentou.

Para a coordenadora nacional do BE, o que vai estar em causa é se os eleitores aceitam desfazer "todas as conquistas da democracia, da solidariedade, a dignidade e a decência da vida de quem trabalha, a escola pública, as construções que foram feitas durante a democracia", ou se "nada disso vale e o Estado social pode ser trocado pelo salve-se quem poder".

Catarina Martins acusou o Governo de, em período eleitoral, "todos os dias dizer uma coisa e o seu contrário", e de tentar esconder a realidade.

Para a oradora, "não é possível esconder o desrespeito grande pelo que foram vidas de trabalho, quando as pessoas veem a sua pensão cortada e sabem que no próximo Orçamento do Estado serão ainda mais penalizadas, como "não é possível esconder 400 mil postos de trabalho destruídos, 1,5 milhões de pessoas sem emprego e sem futuro, um desemprego jovem acima dos 40%".

A forma como a escola "está a ser maltratada neste início de ano letivo caótico", a falta de médico de família, de acesso ao hospital e a medicamentos, também não.

Sobre contradições eleitorais, evocou ainda "o malabarismo de tentar dizer que quando a economia fica pior mais devagar, está a ficar melhor", referindo-se a declarações do líder do CDS-PP, Paulo Portas, e que classificou como "um insulto à inteligência das pessoas que nas suas vidas sentem só dificuldades.

Catarina Martins apelou aos eleitores para que dia 29 ajudem a quebrar "o consenso podre" e a votarem no BE por "um governo contra a 'troika'", salientando que as autárquicas "não são a política dos pequeninos, mas uma opção clara" e que "qualquer candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS é cúmplice da destruição do país".

MSO // SMA

Lusa / fim

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