Novo Banco espera concluir plano de reestruturação "nas próximas semanas"
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 14 nov (Lusa) -- O Novo Banco espera concluir "nas próximas semanas" o plano de reestruturação das suas atividades, segundo o comunicado hoje enviado pela instituição à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em setembro, depois de terem falhado as negociações entre o Banco de Portugal e os três candidatos à compra do Novo Banco (Anbang, Fosun e Apollo), a administração liderada por Stock da Cunha ficou incumbida de preparar um plano de reforço de capital e uma reestruturação da instituição antes de ser lançado um novo processo de venda.
"O Novo Banco já iniciou os trabalhos inerentes à elaboração do plano de reorganização estratégica, que deverá ser debatido no âmbito da articulação existente com o BCE [Banco Central Europeu] e com a Comissão Europeia. Estima-se que este plano venha a estar concluído nas próximas semanas, materializando-se os respetivos resultados, de forma progressiva, a partir de 2016", avançou hoje o Novo Banco no comunicado ao mercado em que deu conta dos resultados nos testes de 'stress'.
Foi conhecido hoje que o Novo Banco 'chumbou' nos testes de 'stress' do BCE no cenário mais adverso, com as projeções para 2017 a estimarem um rácio de capital CET1 [Common Equity Tier 1] de apenas 2,4%, abaixo do mínimo de 5,5%, pelo que terá de reforçar o seu capital em 1.398 milhões de euros no prazo de nove meses.
Para já, a instituição liderada por Stock da Cunha terá de apresentar um plano de reforço de fundos próprios em duas semanas.
Entretanto, foi conhecido -- tanto através de comunicados do Banco de Portugal como do Novo Banco -- que algumas medidas passarão pela venda da companhia de seguros GNB Vida (ex-BES Vida) e de outras participações não estratégicas.
Segundo o comunicado do Banco de Portugal, o reforço de fundos próprios do banco, trazido pelas alienações, será complementado pelo também reforço de capital aquando da venda do Novo Banco.
O supervisor e regulador bancário disse hoje que vai retomar "de imediato" o processo de venda, depois de as incertezas quanto às necessidades de recapitalização do Novo Banco terem sido um dos obstáculos à venda da instituição financeira em setembro.
Os testes de 'stress' hoje conhecidos -- em que o Novo Banco 'chumbou' no pior cenário -- foram feitos com base no balanço de 31 de dezembro de 2014, com a instituição a referir no seu comunicado que depois disso já passou por alterações, caso da venda em setembro do BESI - Banco Espírito Santo de Investimento.
Refere ainda a entidade liderada por Stock da Cunha que, no primeiro semestre deste ano, houve uma redução do rácio de transformação de depósitos em crédito para 114%, de redução de 7,5% de ativos ponderados pelo risco e de redução de financiamento junto do BCE em 2,6 mil milhões de euros.
O Novo Banco é detido pelo Fundo de Resolução bancário e foi criado no verão do ano passado, após a medida de resolução que ditou o fim do Banco Espírito Santo (BES).
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