Aplicações no Montepio defendeu poupanças de associados - Tomás Correia
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 11 nov (Lusa) -- O atual presidente da Associação Mutualista Montepio, Tomás Correia, defende que a concentração das aplicações no banco serviram para defender as poupanças dos associados em anos de instabilidade nos mercados financeiros.
"É normal que tenhamos a cautela de ter os recursos disponíveis na Caixa Económica porque esse é um instrumento que conhecemos bem, cujo risco somos capazes de medir a cada momento, capazes de controlar. É a melhor solução para proteger património dos associados", disse em entrevista à Lusa Tomás Correia, justificando que parte significativa dos ativos financeiros da Associação Mutualista estejam aplicados na Caixa Económica.
A Associação Mutualista é o topo do Grupo Montepio, sendo a Caixa Económica Montepio geral -- o banco mutualista -- uma das principais empresas do grupo.
A exposição dos ativos financeiros da Associação Mutualista ao banco tem sido um dos temas que tem dominado a campanha para as eleições para os órgãos da Associação Mutualista, que decorrem a 02 de dezembro, e em que Tomás Correia concorre para renovar o seu mandato.
Em entrevista à Lusa, António Godinho, que lidera a lista D, afirmou que a "Caixa Económica serviu-se da Associação Mutualista" e que a exposição dos ativos financeiros do Montepio Geral Associação Mutualista ao banco, superior a 90%, é "arrepiante" e coloca o grupo "refém" dessa situação.
Também o economista Eugénio Rosa, que concorre pela Lista C, disse que, pelos dados de 2014, a "Associação Mutualista tem investido numa única entidade (...) cerca de 3.600 milhões de euros", entre capital e aplicações, afirmando que isso foi feito com o objetivo de "financiamento da Caixa Económica", descurando a regra da prudência na gestão financeira de diversificar os investimentos.
Tomás Correia, na entrevista à Lusa, não avançou com os valores da exposição atual da Associação Mutualista à Caixa Económica, mas rejeitou os valores avançados pelos seus opositores.
"Não posso precisar em quanto é que está, estou aqui falar de uma candidatura para o futuro", disse, garantindo que esse tema "não é, nem nunca foi um problema".
"O Montepio Associação Mutualista tem hoje uma das menores exposições à sua Caixa Económica ao longo da sua história. É mais um elemento do quadro especulativo que algumas pessoas entendem pôr a circular", garantiu.
Sobre o futuro, disse que perante a "melhor perceção de risco" no sistema financeiro haverá também "diversificação" das aplicações e que, mesmo que a regulação obrigue a diminuir os rácios de concentração, não serão necessárias quaisquer "decisões drásticas".
"O Montepio está muito confortável com a situação que tem (...). Não esperamos surpresas se vier a ocorrer alteração da regulação aplicável à Associação Mutualista e não esperamos qualquer impacto na relação da Associação Mutualista com a Caixa Económica", concluiu.
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