Cerca de milhão de portugueses com salário inferior a 600 euros

Cerca de milhão de portugueses com salário inferior a 600 euros
| Economia
Porto Canal (DYP)

42% dos trabalhadores portugueses contratados por empresas privadas recebem menos de 600 euros. Mas todos serão aumentados se o salário mínimo subir para o valor que está a ser negociado pela esquerda.

Se o PCP e o Bloco de Esquerda impuserem o aumento do salário mínimo nacional para 600 euros, quase um milhão de portugueses poderão ser aumentados no âmbito da formação de um Governo alternativo ao de Passos Coelho. O acordo poderá prever um aumento faseado, a partir dos actuais 505 euros, ao longo de quatro anos.

João Cerejeira, professor da universidade do Minho e na Faculdade de Economia do Porto, a pedido do então ministro da Economia, realizou um estudo que revela que existem cerca de 42% dos trabalhadores por conta de outrem com salários até 600 euros.

O Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, que tem sido um feroz crítico da política de austeridade, sublinhava também em Janeiro, numa edição do Observatório das Crises e das Alternativas, o impacto do salário mínimo e sublinhou que se tivesse aumentado logo em 2012 para 505 euros isso “apenas significaria uma subida de 0,36% da massa salarial nacional”.

Ao todo, existe quase um milhão de portugueses a trabalhar com o salário mínimo sendo assim 20% da força de trabalho.

Acordo à esquerda relativo ao salário mínimo ainda por fechar

O Bloco de Esquerda continua a querer que o salário mínimo chegue aos 600 euros até ao final de 2016. Valor muito superior à proposta feita pelo Partido Socialista. Catarina Martins deu a entender ao Diário de Notícias que ainda não há acordo com o PS sobre a questão do salário mínimo nacional (SMN).

Depois de o Parlamento chumbar o programa do novo governo Passos-Portas, Cavaco Silva indigitará António Costa para formar Governo.

Luís Marques Mendes garantiu ontem na SIC que "Cavaco Silva indigitará António Costa para primeiro-ministro" e o seu último discurso, na tomada de posse do novo Governo, desfez essas dúvidas "por completo".

Este domingo, em entrevista no DN, a porta-voz do Bloco de Esquerda deu algumas novidades sobre o que será o acordo das esquerdas parlamentares. Catarina Martins adianta que será um acordo a três (PS+BE+CDU) pois "Só existe acordo se for com os três partidos, por uma questão de estabilidade do Parlamento."

BE e PCP pretendem que o SMN chegue já em 2016 (e não até 2019) ao valor de 600 euros/mês (o PS defende um valor de 524 euros). Fonte oficial do partido afirma que "o compromisso do BE nas negociações em curso é iniciar o processo de aumento do SMN para 600 euros no mais breve período de tempo, se continuamos a defender que seria importante alcançar esse valor ainda em 2016".

+ notícias: Economia

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.

Euribor sobe a três meses e mantém-se no prazo de seis meses

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- A Euribor subiu hoje a três meses, manteve-se inalterada a seis meses e desceu a nove e 12 meses, face aos valores fixados na sexta-feira.