Paragem de obras nas escolas penalizou distrito do Porto - Federação do PS
Porto Canal / Agências
Porto, 11 set (Lusa) - A Federação Distrital do Porto do Partido Socialista afirmou hoje que a paragem das obras nas escolas penalizou substancialmente este distrito, com apenas um terço das empreitadas concluídas nas Secundárias da Trofa e do Marco de Canaveses.
"Na área metropolitana, as escolas Alexandre Herculano e Infante D. Henrique, a par das secundárias de Ermesinde e Valongo, ficaram fora do plano de obras estabelecido", refere o PS/Porto, em comunicado.
Este foi um dos assuntos abordados numa ronda de contactos e auscultação de entidades ligadas à Educação, tendo por cerne "a escalpelização dos desafios, sérias ameaças e profundas inquietações que se perfilam na abertura do ano letivo, particularmente num distrito onde a crise social e económica não dá tréguas, refletindo-se na escolas e nos múltiplos intervenientes".
Depois do encontro com a Federação Nacional da Educação (FNE), a troca de impressões e pontos de vista foi partilhada, em duas reuniões distintas, com o Sindicato dos Professores do Norte (SPN) e com a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
Sobre a questão do cheque ensino, o PS/Porto reafirmou, junto do SPN e da ANDAEP, a posição do partido, no sentido de que "a medida, que consubstancia uma ilusória imagem de tratamento igualitário, será revogada quando o PS regressar ao poder, um reafirmar de posições que foi bem acolhido, quer pelo SPN, quer pela ANDAEP".
"A máxima que concebe a destruição da escola, assente num princípio de um ensino público pobre, com resultados pobres e para gente pobre" foi uma das conclusões e "inquietações partilhadas" com a direção do SPN.
O PS estima que "cerca de 40.000 lugares docentes se tenham perdido nos últimos anos, enquanto se multiplica o número de turmas com mais de 30 alunos, muitos horários zero no primeiro ciclo e turmas com 28 alunos e um menor número de funcionários não docentes (com os casos mais graves detetados a Norte, de acordo com indicações da ANDAEP)".
No comunicado, o PS/Porto considera que "fica assim claro que a diminuição do número de professores, várias vezes superior à diminuição do número de alunos, se deve sobretudo às medidas de corte indiscriminado implementadas pelo Governo e não à tão propalada quebra demográfica".
"As muitas inquietações que se apresentam neste início de ano letivo, não fazem esquecer ameaças sérias como o já mencionado Cheque Ensino, que arrasta muitas dúvidas e questões laterais partilhadas, quer pelo SPN, quer pela ANDAEP", acrescenta.
Os socialistas referem ainda que foi objeto de denúncia por parte da ANDAEP "a gritante desigualdade de tratamento que escolas públicas e privadas recebem por parte do MEC, nomeadamente, no que respeita a financiamento e a definição de rede (número de turmas atribuídas). A mesma preocupação foi referida relativamente ao número de cursos profissionais autorizados pelo MEC, muito abaixo das necessidades sentidas em cada escola".
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