Professores gregos preparam greve em protesto contra 'mobilidade' e 'layoff'
Porto Canal / Agências
Atenas, 10 set (Lusa) - Os professores gregos vão realizar uma série de greves de cinco dias, a partir da próxima segunda-feira, para protestar contra as transferências e 'layoff' exigidos pelos credores internacionais de Atenas.
O protesto, anunciado na noite de segunda-feira, surge numa altura em que as escolas de todo o país abriram para o arranque do novo ano letivo, depois das férias de verão.
O Ministério da Educação grego planeia recolocar cerca de 3.500 professores do ensino secundário de disciplinas designadas como não prioritárias (línguas estrangeiras, arte, música, teatro e tecnologias de informação) em escolas primárias ou em posições administrativas.
O sindicato dos professores do ensino secundário (Olme) considerou as transferências como um "duro golpe" no ensino secundário, sustentando que a carga de trabalho do corpo docente aumentou em duas horas por semana para cobrir as lacunas que foram criadas.
Horas antes, a Universidade de Atenas anunciou uma semana de paralisação em protesto contra as transferências que vão afetar algum do seu pessoal administrativo.
"A universidade encontra-se completamente num beco sem saída, não será capaz de funcionar", disse o reitor da instituição, Theodosis Pelegrinis, aos jornalistas, em declarações citadas pela AFP.
Theodosis Pelegrinis apontou ainda que, atualmente, a universidade fornece pessoal administrativo a 66 unidades de saúde, uma contribuição anual no valor de 30 milhões de euros.
Até ao final de setembro, a Grécia terá de colocar em "mobilidade" cerca de 12.500 funcionários, à luz do plano de austeridade da 'troika'.
Findo este processo, outros 12.500 terão de ser dispensados e colocados neste regime até ao final de dezembro e outros quatro mil deverão ser demitidos no âmbito dos cortes de despesa pública.
Estes funcionários são obrigados a aceitar o novo posto de trabalho pois, em caso de recusa, serão sujeitos a 'layoff' (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão temporária dos contratos de trabalho), arriscando o despedimento alguns meses mais tarde.
Os representantes da 'troika' - Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia (CE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - são esperados em Atenas no final do mês, no âmbito de mais uma avaliação regular às contas gregas.
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