PCP admite viabilizar melhor candidato presidencial à esquerda pela democracia

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 27 ago (Lusa) - A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) voltou hoje a acusar o Governo de ceder a pressões do 'lobby' militar, pela falta de aprovação do estatuto profissional da Guarda Nacional Republicana.

Em declarações à Lusa, o presidente da APG/GNR, César Nogueira, disse que o Governo "não quis" aprovar o estatuto porque "cedeu a pressões do 'lobby' militar", dos generais do Exército, que, assinalou, para progredirem na carreira, têm de prestar uma comissão de serviço na GNR.

"Dentro de seis anos poderíamos ter oficiais a comandar a GNR, mas os generais não querem isso", afirmou.

Já na quarta-feira, na véspera do Conselho de Ministros, a APG/GNR acusara, em comunicado, o Governo de ceder a pressões do "lobby militarista", que "vê neste projeto de estatuto uma ameaça ao seu espaço e influência".

O Governo aprovou hoje o novo estatuto profissional da PSP, com a ministra da Admnistração Interna, Anabela Rodrigues, a invocar, no final da reunião de Conselho de Ministros, a falta de condições durante o processo legislativo para o estatuto da GNR ficar concluído e ser aprovado.

O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes, advogou, por sua vez, que há matérias no estatuto da GNR que têm de se adaptar ao Estatuto Militar das Forças Armadas, recentemente revisto, uma vez que a GNR é uma força de segurança com condição militar.

César Monteiro lamentou que o Governo "tenha empurrado" o estatuto da GNR para o fim da legislatura e não o tenha aprovado, apesar de o projeto de diploma delineado ter o acordo dos sindicatos.

Apesar de "não ser o estatuto ideal", o documento estipulava um horário de trabalho de referência - 40 horas semanais - e previa maior autonomia da GNR face ao Exército, referiu o dirigente, acrescentando que, na prática, o estatuto profissional atual da Guarda Nacional Republicana é "um subestatuto do estatuto das Forças Armadas".

A APG/GNR, que representa mais de um terço do efetivo dos militares da corporação, reúne-se na sexta-feira para decidir eventuais novas formas de luta.

A estrutura sindical é uma das quatro representativas da GNR que agendaram várias ações de protesto contra a falta de aprovação do estatuto, nomeadamente uma manifestação para o último dia da campanha eleitoral das legislativas, a 02 de outubro.

As quatro estruturas, que deverão voltar a reunir-se na próxima semana, em data a anunciar, para concertarem possíveis novas ações conjuntas, prometeram na segunda-feira realizar diversos protestos em vários momentos e locais durante a campanha eleitoral, inclusivamente em sítios próximos dos eventos políticos onde esteja a coligação que sustenta o Governo (PSD/CDS-PP).

As associações sindicais apelaram aos militares para que optem, sempre que possível, pela prevenção e pedagogia, o que implica passarem menos multas.

ER (CP/FP) // CC

Lusa/Fim

Lisboa, 27 ago (Lusa) - O secretário-geral comunista, que concorre às legislativas coligado com "Os Verdes", reconheceu poder vir a apelar ao voto no candidato presidencial à esquerda melhor posicionado que não o do PCP, em entrevista à TVI.

Jerónimo de Sousa, que esteve a responder a perguntas de jornalistas, jovens cidadãos e comentadores na redação do canal televisivo de Queluz de Baixo, lembrou que o próprio já esteve na corrida ao Palácio de Belém, por duas vezes, tendo desistido numa delas, em favor do futuro Presidente, Jorge Sampaio, mantendo-se na outra até final, com os socialistas Mário Soares e Manuel Alegre a digladiarem-se e Cavaco Silva a vencer.

"Nesse passado, o PCP nunca regateou um apoio, uma solução, para bem da democracia, da Constituição, colocando na Presidência da República quem pudesse dar essa contribuição positiva", disse o líder comunista, questionado sobre a possibilidade de desistir, logo à 1.ª volta, para inviabilizar o previsível candidato ao mais alto magistério da nação do centro-direita.

Segundo o secretário-geral do Partido Comunista Português, "para aqueles que acusam o PCP de sectário, de não querer entendimentos, as presidenciais são bem o exemplo daquilo que é o partido".

"Esteja em causa a democracia, a Constituição... e, naturalmente, com candidato próprio ou com um desfecho de uma segunda volta, o PCP não faltará, não fará apelos ao voto em branco. Terá uma intervenção ativa. Tudo fará para que este objetivo seja alcançado", afirmou, frisando que, "agora" é tempo das eleições para a Assembleia da República.

HPG // CC

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