Redação, 27 mai (Lusa) -- O Secretário de Estado de Energia, Artur Trindade, atribuiu hoje ao aumento do IVA a inclusão de Portugal nos países da União Europeia com maior subida dos preços de eletricidade domésticos.

De acordo com dados do Eurostat, Portugal registou a quarta maior subida na União Europeia (UE) em matéria de preços de eletricidade domésticos, entre a segunda metade de 2011 e igual período de 2012.

Em entrevista à Lusa, o secretário de Estado afirmou desconhecer a notícia, mas considerou que esta subida "tem apenas a ver com o problema do IVA", cuja taxa na eletricidade passou de seis para 23% em Portugal.

"Com certeza que a única coisa que explica esse efeito em Portugal é nós termos criado a taxa do IVA para 23 por cento e os outros países não, ou porque já tinham ou porque continuam a não ter", declarou.

O governante reiterou que "a única coisa que justifica" este subida é a taxa do IVA, e entende que a análise do Eurostat "deve estar a ser lida no gráfico que tem os preços" com o imposto.

"Se for aos preços sem IVA de certeza que não verifica isso", acrescentou.

De acordo com o gabinete de estatísticas comunitário, apenas Chipre (21%), Grécia (15%) e Itália (11%) registaram avanços nos preços maiores do que Portugal, onde o custo doméstico de eletricidade subiu 9,7% no período indicado, o mesmo crescimento verificado na Irlanda.

O preço da eletricidade nos 27 Estados-membros da UE subiu, em média 6,6% entre a segunda metade de 2011 e igual período de 2012, depois de ter aumentado 6,3% entre o segundo semestre de 2010 com e o mesmo período de 2011.

Na zona euro, a subida foi de 6,1% entre o segundo semestre de 2011 e o mesmo período do ano passado.

Em euros, Portugal registou uma subida de 20,6 euros por 100 kWh (quilowatts), igual à verificada na zona euro e superior à registada na UE (19,7 euros por 100 kWh).

No que respeita ao preço do gás para os consumidores domésticos, em que também se verificou o mesmo aumento da taxa de IVA, Portugal registou uma subida de 15,6% entre a segunda metade de 2011 e igual período de 2012, superior às verificadas na UE e na zona euro (10,3% em ambas).

Entre os 27, as maiores subidas pertenceram na Letónia (21%), na Estónia (19%) e na Bulgária (18%) e a única quebra foi registada na Eslovénia (8%), enquanto os preços permaneceram estáveis na Bélgica, na Dinamarca e na Eslováquia.

Portugal registou um crescimento de 8,5 euros por 100 kWh, superior às subidas de 7,9 euros na zona euro de 7,2 euro na UE.

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