Em Mondim de Basto fogo já destruiu o rendimento de muita gente

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Porto Canal / Agências

Mondim de Basto, 29 ago (Lusa) - Os habitantes de Carrazedo de Ermelo vivem em sobressalto há dois dias com o incêndio que está a queimar pinhal em Mondim de Basto e que já destruiu o rendimento de muitos que trabalham nas resinas e madeiras.

Bernardo Oliveira encosta-se a uma enxada e olha para o cimo da serra onde as chamas lavram com alguma intensidade.

"Ontem (quarta-feira) o fogo veio de baixo e agora vem de cima. Estamos cercados", afirmou à agência Lusa o habitante deste pequeno lugar, onde existem 11 apenas casas.

Ao seu lado um grupo de mulheres ergue também o olhar para o incêndio e, algumas delas, deixam cair algumas lágrimas. A pequena Patrícia é a que parece estar mais assustada.

O barulho da floresta a arder sobrepõe-se ao sobressalto destes moradores de Carrazedo de Ermelo até que, duas mulheres correm para uma tapada para espalharam-se água pela corte onde guardam os animais.

"Se o vento puxa para baixo pode vir às casas outra vez", acrescenta Bernardino Oliveira.

Este produtor de resina contabiliza já "muitos, muitos prejuízos". "Com tudo isto queimado são muitos postos de trabalho que vão à vida. De quem vive do trabalho das resinas, das madeiras, das limpezas. É mais desemprego para este país", salientou.

A juntar a isso contabilizam-se os estragos nas hortas, nas vinhas, nas culturas de milho e as perdas nos pastos para os animais.

"Ficamos sem pão, sem vinho e sem água", referia Marília Alves.

Esta habitante de Carrazedo de Ermelo lembrou ainda "a noite complicada" que se viveu neste lugar encravado na serra.

"Trazia uma frente enorme, umas labaredas que metiam mesmo medo e chegou ali em baixo ao ribeiro, quase a entrar nas hortas", salientou.

Bernardino Oliveira queixou-se de durante a noite, na hora mais complicada, "não estavam bombeiros na aldeia".

Os voluntários estiveram durante a tarde de quarta-feira em Carrazedo de Ermelo, mas foram, depois, retirados para outro local.

"Eles também andam cansados. Quando começou a arder forte não estava aqui ninguém. Depois vieram os meios com fartura e conseguiram resolver isto", salientou.

No entanto, por precaução, segundo Bernardino Oliveira, foram ainda retirados da aldeia as crianças e o gado.

Este incêndio de Mondim de Basto deflagrou na madrugada de terça-feira, em Fervença, em zona de Parque Natural do Alvão (PNA). Desde esse dia já queimou, segundo dados desta manhã do presidente da autarquia, Humberto Cerqueira, cerca de 2.000 hectares, muitos deles de pinhal adulto.

Mas, segundo Bernardino Oliveira, há fogo no Alvão "há bastantes dias".

"Ele já vem de perto de Vila Real para aqui, já há muitos dias. Houve aqui zonas onde eles podiam ter tomado conta dele e, não sei por quê, talvez acessos difíceis", referiu.

Depois também, segundo este produtor, "ninguém cuida das matas, a mata está toda suja". "Os bombeiros não conseguem infiltrar-se no meio da mata e depois acontece isto", frisou.

Neste mês de agosto o distrito de Vila Real tem sido assolado por muitos incêndios. Desde o início do mês e até quarta-feira, foram registados cerca de 450 alertas de fogos.

Entre janeiro e quarta-feira, a GNR de Vila Real deteve um homem e identificou mais 72 pela suspeita do crime de incêndio florestal no distrito.

PLI

Lusa/Fim

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