Fernando Pinto "não abandona o barco" para já, depois depende
Porto Canal / Agências
"Temos um trabalho até ao final do ano para fazer, depois veremos o que vai acontecer", disse aos jornalistas o presidente da companhia aérea, à margem da assinatura do contrato de venda de 61% do grupo TAP ao consórcio Gateway, que decorreu hoje, no Ministério das Finanças, em Lisboa.
Fernando Pinto sublinhou que a sua missão só acaba quando fizer a passagem de testemunho e que só quer sair da TAP no dia em que considerar que a empresa "está no bom caminho, no caminho do crescimento".
Na fase de passagem de testemunho será feita uma gestão "praticamente conjunta" com os novos donos da TAP.
"A partir daí, depende de me convidarem e de eu aceitar", adiantou.
O responsável da TAP salientou que "não gostaria pura e simplesmente de abandonar o barco" e que "tem a responsabilidade, perante os trabalhadores da TAP, de fazer essa passagem o mais suave, o mais gradual possível".
Fernando Pinto considerou que "o processo [de privatização] foi muito bem feito e vai levar a empresa por um ótimo caminho", afirmando que as duas propostas finais "eram muito boas", sendo que a do vencedor "tinha alguns benefícios adicionais no aspeto estratégico".
Desvalorizou, por outro lado, o inquérito de Bruxelas à denúncia da Associação Peço a Palavra sobre a alegada ilegalidade do caderno de encargos da privatização da TAP, afirmando que ainda há "algumas pedras no caminho" da operação, mas mostrando-se confiante quanto ao desfecho.
A 11 de junho, o Governo aprovou a venda de 61% do capital social da TAP ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano David Neeleman e do empresário português Humberto Pedrosa - um dos dois finalistas do processo de privatização da transportadora aérea portuguesa, sendo o candidato preterido Germán Efromovich.
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