Grécia: Presidente do Eurogrupo admite extensão do resgate, mas diz-se preparado para todas as "eventualidades"

| Economia
Porto Canal / Agências
Luxemburgo, 18 jun (Lusa) - O presidente do Eurogrupo admitiu hoje uma extensão do atual resgate da Grécia caso haja acordo até final do mês, para dar tempo de desbloquear o dinheiro, mas disse também que os líderes europeus estão preparados para outras "eventualidades".

Em conferência de imprensa, após a reunião dos ministros das Finanças da zona euro no Luxemburgo e que terminou - como previsto - sem acordo quanto às medidas a adotar pela Grécia para que aceda a ajuda financeira, Jeroen Dijsselbloem explicou que uma extensão do atual programa de resgate terá de ser considerada, uma vez que em caso de acordo até final do mês não há tempo para os procedimentos necessários para que sejam desbloqueados os fundos, incluindo nos parlamentos nacionais. Assim, impõe-se um prolongamento do programa.

Dijsselbloem disse ainda que estão "preparados para eventualidades" se não for conseguido acordo, apesar de o cenário "favorito" ser um entendimento que evite um incumprimento da Grécia ou mesmo uma saída da zona euro (o famoso 'Grexit').

Entretanto, após o Eurogrupo em que a discussão da Grécia demorou cerca de uma hora, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, convocou uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da zona euro para a próxima segunda-feira, para uma discussão urgente sobre a Grécia ao mais alto nível.

Para preparar essa cimeira deverá ser necessária outra reunião do Eurogrupo, a qual poderá acontecer por teleconferência.

A reunião de hoje dos ministros das Finanças da zona euro, no Luxemburgo, terminou sem qualquer acordo nem avanços nas negociações entre a Grécia e os seus parceiros e credores, quando faltam menos de duas semanas para terminar o atual programa de assistência, a 30 de junho, que é também a data limite para Atenas pagar ao FMI 1,6 mil milhões de euros

Na conferência de imprensa final, o comissário europeu para os assuntos económicos, Pierre Moscovici, usou um tom 'duro' para com a Grécia.

"Esperava que esta reunião fosse útil, mas não tenho certeza de poder usar esse termo", afirmou o político francês, que lançou um "apelo" em nome da Comissão Europeia ao Governo grego para ir para a "mesa de negociações de maneira construtiva, aceitar compromissos razoáveis" e, assim, "evitar a catástrofe".

Pela sua parte, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, disse que o importante agora é "restaurar o diálogo" e que esse seja feito com "adultos na sala".

Os líderes europeus e do FMI referiram por várias vezes que esperam agora por novas propostas da Grécia e que essas sejam "credíveis".

Faltam menos de duas semanas para expirar o programa de assistência financeira a Atenas e da data limite para a Grécia pagar 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional, ambas a 30 de junho.

As reformas que mais afastam Atenas e credores de chegarem a um acordo têm que ver com cortes nas pensões e subidas no IVA, especialmente nos medicamentos e eletricidade. No excedente orçamental primário (diferença entre as receitas e despesas das contas públicas, excluindo os juros) há um entendimento no valor a alcançar, mas é preciso concordar nas medidas para lá chegar.

O Governo grego quer ainda uma estratégia para lidar com a elevada dívida do país, o que poderia ser feito através de uma nova reestruturação da dívida.

IM// ATR

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