Associação Joãozinho crê que divergências com Hospital S. João sejam sanadas
Porto Canal / Agências
"Estou a todo o momento à espera do novo documento, amigável, para sarar o problema", afirmou hoje, em entrevista à Lusa, Pedro Arroja, presidente daquela associação criada em janeiro do ano passado com o objetivo de obter financiamento para a nova ala pediátrica do Centro Hospitalar de S. João.
Contactada pela Lusa, fonte oficial do Hospital afirmou que "o Centro Hospitalar de São João e a Associação Humanitária Um Lugar pró Joãozinho estão a trabalhar para conseguir um documento de consenso que respeite integralmente a lei e que permita à Associação levar o efeito a sua notável obra benemérita de apoio" à unidade hospitalar.
Pedro Arroja afirmou que estava previsto que, após o lançamento da 1.ª pedra da empreitada, que decorreu a 03 de março, fosse assinado um documento em que a associação doava ao Centro Hospitalar "a obra conducente à construção da nova ala pediátrica".
"Esse era o objetivo, o 'Joãozinho' doar a obra ao S. João", disse, adiantando que, contudo, a administração do hospital decidiu solicitar um parecer ao escritório de advogados Cuatrecasas e o documento não agradou à associação, o que fez parar a obra, orçada em cerca de 25 milhões de euros.
Segundo Pedro Arroja, trata-se de "um documento em que o hospital só tem direitos e os mecenas só têm obrigações", que impõe "condições inaceitáveis" e levanta "a hipótese de recurso a um tribunal no caso de incumprimentos de execução técnica da obra ou do prazo".
O responsável referiu acreditar que a resolução está para muito breve, uma vez que o presidente do Conselho de Administração do S. João, António Ferreira, já lhe manifestou intenção de pretender "sarar o problema".
"Não quero que a nova ala pediátrica do S. João se transforme num Centro Materno Infantil do Norte (CMIN), que demorou 35 anos e andou de Herodes para Pilatos nas mãos dos políticos", vincou Arroja.
O economista lembrou que a grande missão deste projeto Joãozinho é construir a ala pediátrica, angariando fundos através de financiamento privado, através de contributos de empresas, pessoas de nome individual ou coletivo.
Arroja referiu que o seu "trabalho principal" efetuado até ao momento foi o de "agregar mecenas para que as crianças tenham as melhores condições possíveis dentro do hospital".
"Temos pela frente ainda grandes dificuldades a vencer, sobretudo financeiras", afirmou.
O presidente da associação lamentou que este caso tenha "hipotecado" a sua "credibilidade junto de mecenas", mas acredita ver em breve a nova ala pediátrica a ser construída.
A associação lançou o concurso para a empreitada, que "avançará consoante a disponibilidade financeira" e será paga em 10 anos, e tem um conjunto de mecenas, um dos quais, por exemplo, já se comprometeu a dar 50 mil euros/ano durante a próxima década.
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