Planos português e espanhol para o rio Douro visam melhorar qualidade da água
Porto Canal com Lusa
Os planos hidrológicos do Douro, que estão em preparação em Portugal e Espanha, têm o objetivo comum de aumentar o bom estado da massa de água, que atualmente se situa nos 63%, afirmaram hoje, na Régua, os responsáveis.
Actualizado 18-06-2015 11:56
A Agência Portuguesa do Ambiente/ Administração da Região Hidrográfica do Norte (APA/ARH) e a Confederación Hidrográfica del Duero realizaram hoje, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, uma sessão pública para debater os principais problemas e medidas de ação para a bacia do rio Douro.
Nos dois países estão, neste momento, em preparação os respetivos planos hidrológicos destinados a este rio que une Portugal e Espanha.
O diretor regional da APA/ARH, Pimenta Machado, disse à agência Lusa que o Plano de Gestão da Região Hidrológica do Douro está em discussão pública, uma fase que se vai prolongar até ao final do ano, esperando-se que o documento entre em vigor no primeiro trimestre de 2016.
A discussão pública do plano espanhol decorre até ao final deste mês e, segundo o presidente da Confederación Hidrográfica del Duero, Juan Ignacio Ruiz, será implementado ainda este ano.
"Na situação atual temos 63% de massa de água em bom estado. Significa que temos um caminho para fazer para atingir o bom estado de todas as massas de água como decorre da Diretiva Quadro da Água", salientou Pimenta Machado.
O diretor regional frisou que, "seguramente", o objetivo é atingir "os 100%".
Pimenta Machado salientou que, para além da qualidade da água, a quantidade é também uma questão que preocupa.
Para além disso, outros constrangimentos apontados a este rio são a eutrofização nas albufeiras que está associada ao excesso de nutrientes na água, aumento da luminosidade e do calor. Em termos visuais, a eutrofização manifesta-se pela coloração esverdeada do caudal, sobretudo nos meses mais quentes do ano.
Depois, acrescentem ainda as questões ligadas à poluição urbana e à necessidade de se concluírem alguns sistemas de saneamento básico, e as que têm a ver com a erosão costeira e fluvial, que resulta do transporte fluvial e cria uma pressão sobre as margens.
Ainda esta semana, segundo Pimenta Machado, decorreu uma reunião com a nova gestora da via navegável do Douro, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), em que foi a analisado o transporte fluvial e "alguma necessidade de regulamentar a velocidade para minimizar a erosão das margens".
Relativamente aos três novos empreendimentos hidroelétricos nos afluentes do Douro, como o Sabor, que já está concluído, o Tua que está em construção e a Cascata do Tâmega, cuja obra está para iniciar, o diretor regional disse que serão estudados os efeitos cumulativos das várias barragens.
Algumas medidas a implementar no rio Douro serão, de acordo com o responsável, alavancadas pelo novo quadro comunitário de apoio.
No lado espanhol, segundo Juan Ignacio Ruiz, existe "uma grande preocupação com a qualidade das massas de água", mas também com "a satisfação das exigências de água especialmente de caráter urbano e agrícola", até porque, em Espanha, a pluviosidade é muito irregular.
Segundo este responsável, no país vizinho foram desenvolvidos mais dois planos, um relacionado com os riscos de inundação e outro dedicado à seca.