Agricultores de Ovar querem levantamento da proibição de recolha de matos

| Norte
Porto Canal / Agências

Ovar, 23 ago (lusa) - Os agricultores de Ovar exigiram hoje que o Governo levante a proibição que, desde os temporais do passado inverno, os impede de recolherem secos nas matas locais, o que proporcionava cama aos animais, garantia adubos naturais e prevenia incêndios.

O alerta foi dado pela Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) numa conferência de imprensa em que o presidente da instituição garantiu que o problema se "arrasta há vários meses sem necessidade disso", porque a proibição era motivada pelo risco de queda de árvores durante a fase de extremo mau tempo e agora essa questão já não se coloca.

"Isto demonstra uma total falta de respeito do Governo, do Ministério e do Instituto de Conservação da Floresta pelos agricultores de Ovar", defende Albino Silva. "Já em abril nos queixámos do mesmo, estamos sempre a lembrá-los disto e até hoje a tutela ainda não levantou a proibição".

Dada a impossibilidade de recolherem matos e agulhas nas florestas do concelho, os agricultores de Ovar vêm substituindo esses materiais sobretudo por serrim, mas argumentam que esse, além de ser um produto escasso, não representa para a dormida dos animais o mesmo conforto que o proporcionado pela vegetação seca.

Albino Silva considera, contudo, que a proibição tem outro efeito mais grave. "É impressionante que o Governo não perceba como este trabalho de recolha assegurava a limpeza das matas e ajudava a prevenir incêndios", explica. "Os agricultores de Ovar já faziam isto há décadas e era à custa disso que a mata estava limpa e não dava problemas".

Outra consequência negativa da proibição é o facto de impedir a produção de adubos naturais. "Os matos são fundamentais para a adubação das terras", defende o presidente da ALDA, "e, numa altura em que se fala tanto da necessidade de reduzir o uso de nitratos, não se percebe como é que insistem em proibir-nos de usar o que retirávamos das florestas".

Considerando as dificuldades que a proibição de recolha de matos representa para os agricultores e o perigo que a consequente acumulação de resíduos no solo florestal revela em termos de incêndios, "é urgente que as entidades oficiais mudem de atitude".

"Até hoje não tivemos nenhuma resposta do Governo, do Ministério nem do Instituto das Florestas", insiste Albino Silva, "e isso é uma irresponsabilidade muito grande, com consequências cada vez piores".

AYC // MSP

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