CGTP convoca jornada de luta para 30 de maio e admite greve geral

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 25 mai (Lusa) -- A CGTP convocou para 30 de maio, dia em que se prevê que o Governo entregue o orçamento retificativo, uma nova jornada de luta nacional, e afirmou-se disponível para encontrar convergências com a UGT para uma greve geral.

"Estamos disponíveis para coincidir e convergir na unidade na ação com todas as organizações sindicais, sejam da UGT ou sindicatos independentes. Tudo o que pudermos fazer neste momento para afastar diferenças e construir uma posição de convergência a partir de conteúdos e objetivos concretos, tudo faremos para que isso aconteça", afirmou o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, na manifestação convocada pela intersindical que hoje decorreu em Belém.

O líder da intersindical considerou que a manifestação de hoje foi "mais um indicador de que é fundamental criar todas as condições para promover a unidade na ação e a convergência".

"Se essa convergência se consolidar e aprofundar, porque não admitir a realização de uma greve geral? Penso que este Governo já a merece", defendeu Arménio Carlos.

Para 30 de maio ficou hoje agendada uma jornada de luta nacional, nas empresas e locais de trabalho, que coincide com a data do primeiro dos quatro feriados que a partir deste ano deixam de ser assinalados no país e que a CGTP acusa o Governo de querer roubar aos trabalhadores.

O dia 30 de maio é também aquele em que o Governo deverá entregar no parlamento o Orçamento do Estado retificativo para 2013, de acordo com as informações que foram avançadas pelo Ministério das Finanças.

"Maio está a aquecer bem e junho ainda vai aquecer mais", avisou Arménio Carlos.

Entre os manifestantes, Luís Ferreira, aposentado da função pública, justificou a presença no protesto de hoje com o "rumo desastroso das políticas e o autêntico roubo que se está a fazer", e garantiu que não foi a Belém apenas por si, afetado pelos descontos para a ADSE e "roubos sucessivos na reforma", mas também pelas novas gerações.

O reformado da função pública deixou ainda críticas à atuação do Presidente da República, Cavaco Silva, que considera ter a "obrigação de travar o desastre para o qual caminhamos", e que "já devia ter demitido este Governo", acusando-o de ser "corresponsável neste desastre".

Já Cidália, professora contratada há 13 anos, compareceu com uma peruca colorida na cabeça, mas com uma justificação para a indumentária.

"Sinto-me uma palhaça, sinto que sou roubada todos os dias nos meus direitos, sinto-me uma palhaça pelo que os governantes nos têm feito. Nos últimos 39 anos têm-nos feito de palhaços".

A Cavaco Silva, cuja residência oficial ficava a poucos metros do local da concentração, Cidália quis deixar um recado.

"Quero que ele se vá embora, ele e todos os que lá estão. Falam todos muito bem cá fora, mas lá dentro querem todos destruir o Estado e o país", disse a manifestante, que referiu ainda que se os professores não fizerem nada são os alunos que vão ficar prejudicados.

A manifestação da CGTP em Belém foi precedida de quatro pré-concentrações (na Junqueira, no Restelo, em Pedrouços) distritais e setoriais.

Os trabalhadores da função pública, que já têm uma greve prevista para junho, saíram do Restelo.

A UGT decidiu, entretanto, apoiar a realização de uma greve geral na Administração Pública em junho, em convergência com as restantes estruturas sindicais do setor, desde que a data fosse concertada.

IMA (ALU/RRA) // MSP

Lusa/fim

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

25 de Abril. Eanes afirma que PCP tentou estabelecer regime totalitário

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou esta sexta-feira que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.