Joaquim Simões da Hora foi "o grande produtor discográfico de música erudita" - Biógrafo

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 08 abr (Lusa) -- O organista Joaquim Simões da Hora, falecido em 1996, foi "o grande produtor discográfico de música erudita, tendo sido responsável por 70% do que se produziu em Portugal entre 1975 e 1994", salientou o seu biógrafo, Tiago Manuel da Hora.

Em declarações à Lusa, Tiago Manuel da Hora destacou ter sido o organista o "pioneiro em Portugal da interpretação musical historicamente informada e um enorme divulgador da música antiga".

A obra "Joaquim Simões da Hora - intérprete, pedagogo e divulgador", de Tiago Manuel da Hora, é apresentada na sexta-feira, às 18:00, na Universidade Nova de Lisboa, pelos catedráticos David Cranmer e Rui Vieira Nery.

O livro, com a chancela das Edições Colibri, tem por base a tese de mestrado apresentada naquela universidade em 2010. Manuel da Hora disse à Lusa que o facto de ser sobrinho do organista "aumentou a exigência científica", mas reconheceu que facilitou o acesso ao espólio de Joaquim Simões da Hora, que está na posse da família, e que "é essencial para a profundidade" com que aborda o legado do organista.

"O livro partiu da tese, mas foi ajustado, de modo a que, além do interesse académico, possa interessar ao público em geral", afirmou o autor.

A obra aborda "quatro aspetos essenciais: a parte biográfica, a performativa, a pedagógica e a de divulgador".

O investigador destacou "o pioneirismo de Simões da Hora na interpretação da música historicamente informada".

Na área pedagógica, foi "responsável, nomeadamente no Conservatório Nacional, pela formação de novos organistas, com uma nova consciência histórica".

Como divulgador, o autor referiu o seu papel "na realização de cursos de aperfeiçoamento e, nesta qualidade, responsável pela vinda a Portugal de [músicos, musicólogos e regentes como] Jordi Savall, Ton Koopman e René Jacobs, e todo o papel na divulgação do património musical antigo e incentivo à recuperação do património organístico, e ainda como produtor discográfico".

"O legado de Simões da Hora é mais reconhecido como intérprete e professor, mas a verdade é que ele foi o primeiro grande produtor discográfico de música antiga em Portugal", realçou.

Tiago Manuel da Hora revelou à Lusa que "há uma faceta menos conhecida de Simões da Hora, que é a sua participação em vários grupos e música ligeira, do 'rock n'roll' ao 'jazz', passando pela música latina, e que é preponderante na sua faceta como concertista, nomeadamente na maneira como preparava os programas, procurando não maçar o público e mantê-lo interessado".

Neste trabalho de investigação, surpreendeu o autor, o facto de Simões da Hora "ter produzido tanto e tão bem, e em áreas tão exigentes, com uma vida familiar e uma carreira profissional tão ativas".

Tiago Manuel da Hora começou a trabalhar na obra e biografia de Joaquim Simões da Hora em 2008, apresentou a tese de mestrado em 2010, da qual elaborou o livro "Joaquim Simões da Hora - intérprete, pedagogo e divulgador", e atualmente trabalha na sua tese de doutoramento, que será sobre a produção discográfica de música antiga.

NL // MAG

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