Carlos Silva afirma que sindicatos da UGT foram “apunhalados pelas costas” pelo Governo

| Política
Porto Canal

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considerou hoje que os sindicatos foram “apunhalados pelas costas” com o envio de cartas aos funcionários públicos com propostas de rescisão, considerando que foi posto em causa “o princípio da boa-fé negocial”.

À margem do Fórum para o Desenvolvimento do Porto, promovido por Manuel Pizarro, candidato socialista à câmara do Porto, o secretário-geral da UGT falou das notícias que hoje vieram a público em relação aos trabalhadores da função pública que estão a receber cartas vindas do Estado com propostas de rescisão, não compreendendo como é que uma situação destas ocorre “depois de haver uma negociação à mesa, no princípio da boa-fé, com os sindicatos”.

“Os sindicatos são apunhalados pelas costas com estas medidas. Há coisas que não são aceitáveis. Isso, mais uma vez, vem pôr em causa o bom relacionamento, o princípio da boa-fé negocial que os sindicatos – e eu falo dos sindicatos da UGT – têm posto em cima da mesa”, criticou.

Na opinião de Carlos Silva, “não é assim que se governa", adiantando que na próxima reunião de concertação social a UGT terá a oportunidade de exprimir o seu desagrado.

Rejeitando o cenário de uma “verdadeira ditadura democrática”, o sindicalista espera que “o Governo tenha o bom senso e a sensibilidade social para não continuar a fazer experimentalismo”, como tem feito “nos últimos dois anos”.

Questionado sobre as polémicas dos 'swaps', Carlos Silva considera que este “é mais um caso de justiça e de ausência de bom senso”.

“Há questões que deviam ser cortadas pela raiz. O senhor primeiro-ministro entendeu que não o devia ter feito, deixou agudizar demasiado a questão do senhor secretário de Estado do Tesouro”, sublinhou.

Sobre o “clima de suspeição lançado sobre a senhora ministra das Finanças”, o secretário-geral da UGT considera que esta matéria “deve ser deixada acima de tudo à Assembleia da República e aos partidos políticos”.

“O Governo deve contribuir para que os cidadãos possam acreditar nos políticos e o que tem vindo a acontecer parece-me exatamente o contrário”, lamentou.

Questionado sobre o Orçamento do Estado para 2014, Carlos Silva adiantou que se “a política do Governo for acima de tudo olhar para os cortes, olhar para as questões económicas e não olhar para as questões sociais”, não vai haver “uma concertação social em diálogo privilegiado”.

“Se é necessário haver cortes, temos de saber onde é que vão ser implementados, o que é que o Governo quer apresentar aos parceiros sociais e vamos dar tempo a este Governo e a qualquer Governo que governe, tem que ter tempo para apresentar medidas. Quando elas forem apresentadas, cá estaremos para discuti-las”, disse.

O secretário-geral da UGT rejeitou ainda a ideia de que aquela união de sindicatos tenha posto em causa a concertação social, considerando que quem o faz, pela sua desvalorização, tem sido o Governo.

+ notícias: Política

Governo responde a Marcelo. "Não está em causa nenhum processo" para reparação do passado colonial

O Governo afirmou este sábado que “não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas com o propósito” de reparação pelo passado colonial português e defendeu que se pautará “pela mesma linha” de executivos anteriores.

Passado colonial português. Chega vai apresentar na AR voto de condenação a Marcelo

O Chega vai apresentar na próxima semana, na Assembleia da República, um voto formal de condenação ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e às declarações que proferiu sobre a reparação devida pelo passado colonial português, anunciou o partido.

Ministro da Agricultura acusa anterior Governo de desperdiçar PRR e alerta contra “radicalismo verde”

O ministro da Agricultura acusou este domingo o anterior Governo de ter “desperdiçado a oportunidade” de usar a totalidade dos fundos do PRR à disposição de Portugal, e alertou para o que chamou de “radicalismo verde” contra os agricultores.