SATA Internacional já seguia regra de dois tripulantes em permanência no 'cockpit'
Porto Canal / Agências
Ponta Delgada, Açores, 27 mar (Lusa) - A SATA Internacional já inclui nos seus manuais internos de segurança a obrigatoriedade de estarem sempre pelo menos duas pessoas no 'cockpit' e a SATA Air Açores adotará as novas regras em todos os voos, disse hoje a transportadora.
O Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) decidiu emitir uma diretiva de navegabilidade, que obriga as companhias aéreas a manterem "em permanência, no mínimo, dois tripulantes no cockpit, em todas as fases de voo".
Segundo disse à Lusa o presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, Luís Parreirão, esta nova diretiva não obrigará "a qualquer alteração" na SATA Internacional, que assegura ligações aéreas entre os Açores e destinos fora do arquipélago.
Nos voos da SATA Internacional, já é obrigatório estarem sempre duas pessoas no 'cockpit', "mesmo no caso de o piloto se ausentar", disse Luís Parreirão.
No caso da SATA Air Açores, que assegura as ligações aéreas entre as nove ilhas do arquipélago, dado o seu tipo de operação, com voos "muito curtos", não existia essa obrigatoriedade.
No entanto, os novos procedimentos serão adotados na SATA Air Açores, "mesmo que a diretiva do INAC implique qualquer assunção de novos encargos", garantiu, depois de questionado sobre a pequena dimensão das tripulações em alguns destes voos.
Na SATA, "as preocupações com a rentabilidade nunca se sobrepõem às preocupações com a segurança", sublinhou, vincando também que a companhia respeita integralmente todas as normas e determinações ditadas pelas autoridades aeronáuticas e governamentais.
O INAC revelou, num comunicado, que decidiu avançar com a nova diretiva no seguimento de contactos entre o instituto e a Agência da Aviação Civil Europeia, "com vista à concertação dos Estados Membros acerca das medidas a tomar" face às causas do acidente da Germanwings".
A nova diretiva é uma medida de caráter preventivo e "que será divulgada junto de todos os operadores", constituindo "mais um contributo para a melhoria da segurança em voo", tendo em conta a "mitigação" dos riscos associados ao acidente da transportadora alemã.
"Apesar desta medida, manter-se-ão todas as práticas e procedimentos até agora adotados pelo regulador e que, direta ou indiretamente, têm elementos de conexão com a problemática da "falha humana" neste tipo de acidentes, ao nível das avaliações médicas", referiu ainda o INAC, acrescentando que estas incluem provas de aptidão física, mental e psicológica dos tripulantes e dos controladores de tráfego aéreo.
MP (RRA)// ATR
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