Cinco cientistas portugueses recebem 10 ME da Europa para projectos na área da saúde

| País
Porto Canal / Agências

Lisboa, 06 fev (Lusa) - Cinco cientistas portugueses receberam dez milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação, para desenvolver os seus projetos, em áreas como identificação de mecanismos para conferir tolerância a doenças como a sepsis, ou na regulação da inflamação no intestino.

Cristina Pereira Silva, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), Luís Moita, do Instituto Gulbenkian de Ciência, Bruno Silva-Santos, Henrique Veiga-Fernandes e João Barata, os três do Instituto de Medicina Molecular (IMM), da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, foram premiados com bolsas Consolidator, anunciaram hoje as instituições.

Cada um recebe cerca de dois milhões de euros, por cinco anos, para desenvolver os seus projetos de investigação em diferentes áreas de ciências da vida.

Cristina Silva Pereira, investigadora principal do ITQB, pretende desenvolver novas estratégicas antifúngicas de prevenção e tratamento.

O grupo da cientista desenvolveu um método que preserva a estrutura e as propriedades antimicrobianas da barreira poliéster das plantas e agora o objetivo é compreender a funcionalidade deste material, para o desenvolvimento de aplicações clínicas.

O investigador principal do IGC Luís Moita pretende utilizar os dois milhões de euros do prémio para identificar e caracterizar novos mecanismos de proteção das células que possam conferir tolerância a doenças como a sepsis.

"A sepsis grave continua a ser uma condição inflamatória sistémica que não compreendemos bem, apresentando altas taxas de mortalidade, com opções terapêuticas limitadas e, com base em dados recentes que obtivemos em ratinhos, propomos que as estratégias que visam a proteção de 'órgãos-alvo' tem um potencial extraordinário para o tratamento [desta doença] e, possivelmente, para outras condições inflamatórias", explica Luís Moita.

Bruno Silva-Santos, investigador principal do IMM, vai usar o financiamento para identificar mecanismos baseados em microRNAs, "moléculas que controlam a expressão dos genes, especificamente na produção de substâncias (citocinas) altamente inflamatórias".

O seu objetivo é perceber como a produção destas citocinas é regulada pelos microRNAs poderá abrir novos horizontes em estratégias de vacinação e em tratamentos de doenças autoimunes.

Henrique Veiga-Fernandes, investigador principal do IMM, refere que o prémio de 2,3 milhões de euros vai ser usado para estudar a regulação da inflamação no intestino.

"O nosso trabalho revelará novos processos e alvos terapêuticos em doenças inflamatórias, infecciosas e tumorais no intestino e que têm grande relevância para a Saúde Pública", salienta Henrique Veiga-Fernandes.

Para o investigador principal do IMM João Barata, os dois milhões de euros vão permitir estudar o impacto da molécula IL-7, que circula no sangue e está presente na medula óssea, timo e outros órgãos, e do seu recetor, que está à superfície de vários tipos de células, em especial do sistema imune.

"Queremos entender os mecanismos através dos quais a IL-7 e o seu recetor podem transformar células normais e fazer com que se tornem malignas e o papel que têm no desenvolvimento de leucemia e outros cancros", explica João Barata.

Já são nove os investigadores a trabalhar em Portugal que receberam bolsas deste programa.

EA // MAG

Lusa/Fim

+ notícias: País

Primeiro eclipse total da Lua de 2025 será esta sexta-feira e é visível em Portugal

O ano de 2025 terá dois eclipses totais da Lua e dois parciais do Sol, com o primeiro da Lua a ocorrer esta sexta-feira e que será visível em Portugal, segundo dados astronómicos.

Presidente da República promulga reposição de freguesias mas lei não permite alterações a seis meses de eleições

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou esta quarta-feira o diploma de reposição de freguesias, como é obrigado por lei, mas alertou que não é permitida a criação de freguesias a seis meses de eleições.

BE critica Governo por preterir ligação ferroviária de alta velocidade Aveiro-Salamanca

O Bloco de Esquerda (BE) criticou esta quinta-feira o Governo por ter preterido a ligação ferroviária Aveiro-Salamanca no projeto de alta velocidade.