Moradores de bairros sociais de Guimarães entregam petição contra lei das rendas
Porto Canal / Agências
Guimarães, 23 mai (Lusa) - Os moradores dos bairros do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) de Guimarães entregaram hoje uma petição na Assembleia da República a pedir a "revogação" ou "no mínimo a suspensão" da nova lei de rendas.
Em declarações à agência Lusa, uma das representantes da comissão de moradores dos bairros de Nossa Senhora da Conceição, Atouguia, Feijoeira, S. Gonçalo e Gondar, Célia Magalhães explicou que com esta petição, que reuniu 4.585 assinaturas, a intenção dos moradores é "chamar a atenção" para a "injustiça" que a dita lei representa.
Segundo a responsável, "as novas rendas não têm em conta as obras feitas pelos moradores, o número de pessoas do agregado familiar e aumentou rendas de dois euros para 390 euros".
Célia Magalhães explicou que "o objetivo é fazer com que a lei seja revogada" ou, "no mínimo suspensa" porque, disse, "não tem critérios justos, não protege as famílias mais numerosas e pões em causa a sobrevivência de muitos moradores".
A representante dos moradores disse que com o novo Decreto-Lei que regula o valor das rendas nos bairros no IHRU "fez com que algumas rendas aumentassem mais de seis mil por cento", exemplificando com uma família que "pagava dois euros e agora tem que pagar 390 euros".
A lei, afirmou, "não tem, por exemplo, em conta o número de elementos do agregado familiar pelo que uma família de cinco pessoas que aufere 1200 euros paga a mesma renda que um agregado família de apenas uma pessoa" o que, apontou, "é injusto".
Apesar do protesto contra a lei, os moradores afirmam não se opor à revisão das rendas nos bairros.
"Temos consciência que as rendas têm que ser atualizadas mas não desta forma. Até porque nunca houve obras nos bairros, com exceção das obras no bairro da Nossa Senhora da Conceição", referiu.
Agora, adiantou Célia Magalhães, "os moradores vão aguardar que a petição vá à comissão" mas, avisou, os moradores já "estudam" outras formas de luta.
"Não sabemos se a lei vai ou não ser revogada. Mas certo é que não vamos baixar os braços", disse.
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